O CUBISMO E A ARTE DE GRAFITAR
UM MÁGICO ENCONTRO ATRAVÉS DOS TEMPOS
Regina Lúcia de Araújo (UNINCOR)
O mundo gira incessantemente. E neste movimento mágico e intrigante, ações e posturas, rebeldias e controvérsias acabam por se repetir, numa intrínseca relação de semelhança e cumplicidade.
Partindo desse pressuposto, a primeira fase do Modernismo com suas tendências de vanguarda, em especial o cubismo, encontra-se novamente nos giros do mundo com a arte do grafite.
O Modernismo surge num período de insatisfação, contradição, inquietação e desequilíbrio. Sob este clima, surgiram movimentos artísticos voltados para uma nova interpretação e expressão da realidade.
No campo da pintura, o cubismo figura como uma tendência artística que propõe o fracionamento da realidade e, em seguida, sua remontagem através de planos geométricos superpostos.
Analisando o grafitismo sob esta ótica, percebe-se semelhanças relevantes. O grafite também é usado por jovens e demais artistas adeptos para expressar sua visão da realidade, retratando sua inconformidade com o contexto social / econômico vigente.
Por sua vez, as obras também são realizadas mediante uma remontagem de quadros com traços e cores que promovem a formação de um imenso mosaico.
A semelhança entre movimentos dispostos em épocas tão distantes, revela que a arte rompe a fronteira dos tempos, firmando-se como um instrumento de protesto e reformulação dos preceitos já estabelecidos.
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