O ENGAJAMENTO POLÍTICO-SOCIAL
NA POESIA BUCÓLICA DE VIRGÍLIO,
CALPÚRNIO E NEMESIANO
Ivone da Silva Rebello
O poema bucólico é de origem muito remota, nascido num passado longínquo, quando o homem praticava a vida pastoril. Vários grupos de pastores e trabalhadores do campo habitavam as férteis regiões da Sicília e da Itália Meridional. Daí o bucolismo traduzir a esperança de uma época de paz, um canto de saudade. O culto ao campo fazia parte da vida pastoril greco-romana. Nesse ambiente rústico, poetas como Virgílio (70-19 a.C.), Calpúrnio (período neroniano) e Nemesiano (século III d.C.) foram capazes de unir temas ligados à natureza aos ideais políticos e sociais da época em que viveram. Virgílio, em seus poemas, visualizou a Idade de Ouro com todo o passado glorioso de Roma e louvou os méritos divinos do Imperador Otávio Augusto. Calpúrnio fez alusões ao Imperador Nero, louvando o reinado deste soberano como sendo o iniciador da Idade de Ouro em Roma. Seus poemas apresentam uma dimensão nacional, tendo como objetivo servir à causa de Roma. E, finalmente, Nemesiano, que dedica sua obra aos filhos do Imperador Caro, sendo os seus poemas portadores de ecos de renovação social, aludindo também a Idade de Ouro. Enfim, esses três poetas da Literatura Latina exploraram com grande habilidade os cânones do lirismo bucólico, dando a eles um tom político-social.
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