RUPTURAS E PERMANÊNCIAS NO MOVIMENTO RAP
LINGUAGEM, CULTURA E DISCURSO
Geyza Rosa O. Novais Vidon (UNINCOR)
A contemporaneidade tem, já há algum tempo, despertado um interesse pelo discurso e pela cultura de grupos marginalizados. Muitas vezes, esses grupos rompem com os padrões lingüístico-discursivos estabelecidos por uma elite cultural. O movimento Rap parece se configurar como um desses grupos, cuja forma cultural vai de encontro aos padrões considerados canônicos. Mais do que isso, os rappers demonstram uma consciência muito grande, não só em relação à classe a que pertencem, mas também à importância da palavra, da linguagem, do discurso, enfim. Esta parece ser uma questão valiosa. A palavra negada outrora é retomada, ganha força e intenção na voz dos mano e das mina firmeza. Este trabalho pretende adentrar neste espaço, que é rico em diversos aspectos, fazendo uma análise, em caráter preliminar, de como essa palavra é retomada, como ela ganha força e quais as intenções, explicitadas ou não, do movimento. Algumas questões servem de ponto de partida para a análise pretendida: Quais as influências recebidas pelo movimento? O que aproxima e o que distancia o movimento de outros já existentes? O que se pode ler-ver-ouvir nas entrelinhas do Rap? Para responder a essas perguntas, é constituído um corpus inicial de trabalho composto de algumas músicas de grupos paulistas de Rap. Propõe-se um diálogo com esse corpus através de teóricos como Benjamin, Foucault e Bakhtin.
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