N O   M A R   D A S   D Ú V I D A S

 

 

Há duas maneiras de aprender qualquer coisa: uma, leve, suave, com informações corretas mas superficiais, que, pela incompletude da lição, não indo aos assuntos a ela correlatos, acaba sendo insuficiente para permitir a fixação da aprendizagem. É um método que pode agradar, e até divertir o leitor menos exigente; mas não lhe garante o sucesso do conhecimento.

 

A segunda maneira é aquela que procura dar um passo à frente da resposta breve e imediata: estabelece relações entre a dúvida apresentada e outros assuntos afins, de modo que, aprofundando um pouco mais a lição, amplia o conhecimento e garante sua permanência, porque não se contenta em ficar na superfície dos problemas.

 

Falamos em superfície, e a palavra nos sugere agora uma comparação entre as duas maneiras de aprender de que vimos tratando. A primeira ensina a pessoa, no mar de dúvidas, a manter-se à superfície; não afunda, mas não sai do lugar.

 

A segunda, além de permitir à pessoa permanecer à superfície, ensina-lhe dar braçadas, ir mais além. Assim, pela primeira maneira, a pessoa bóia; pela segunda, nadando, avança e chega a seu destino.

 

[A produção acadêmica do Prof. Evanildo Bechara] adota a segunda maneira de ensinar por acreditar que é mais útil a quem quer aprender.

 

Por [isto, trata-se de uma obra que] constitui leitura útil e indispensável a professores, alunos e a quantos profissionais que procuram escrever em conformidade com a língua padrão.