CRÍTICA
TEXTUAL
E
EDIÇÃO
DE
TEXTOS
José
Pereira
da Silva (UERJ)
A
crítica
textual é,
desde os
tempos
mais
remotos dos
estudos
lingüísticos,
a
atividade
básica dos
trabalhos
filológicos, tendo-se, muitas
vezes,
confundido a
Filologia
com a
Crítica
Textual.
O
primeiro
capítulo do
livro de
AUERBACH [1972]: 11,
começa
assim:
A
FILOLOGIA
E
SUAS
DIFERENTES
FORMAS
A. A
EDIÇÃO
CRÍTICA DE
TEXTOS
A
Filologia é o
conjunto das
atividades
que se ocupam
metodicamente da
linguagem do
Homem e das
obras de
arte
escritas nessa
linguagem.
Como se
trata de uma
ciência
muito
antiga, e
como é
possível
ocupar-se da
linguagem de
muitas e
diferentes
maneiras, o
termo
Filologia tem
um
significado
muito
amplo e
abrange
atividades
assaz
diversas. Uma de
suas
formas
mais antigas,
a
forma
por
assim
dizer
clássica e
até
hoje
considerada
por
numerosos
eruditos
como a
mais
nobre e a
mais
autêntica, é a
edição
crítica de
textos.
Apesar de
nem
sempre os
estudos de
Crítica
Textual
resultarem na publicação de
um
texto,
seu
objetivo
material e
aplicado é a
edição
crítica. Esta,
apesar de
poder
ser
definida de
mil
formas, pode
ser,
perfeitamente,
o
que
nos escreve
Gladstone
Chaves de Melo
(MELO, 1957: 40):
“Edição
crítica” é a
que
procura
estabelecer o
texto
perfeito, –
confrontando
manuscritos
ou
edições
antigas, de
vida do
autor,
anotando
variantes, –
e,
além disso,
desfaz as
abreviaturas,
quando é o
caso,
moderniza a
pontuação, corrige os
erros
tipográficos,
interpreta os
passos
obscuros,
podendo
ainda
substituir o
sistema
ortográfico
por
outro
mais
moderno, –
mas
tudo
isso
respeitando
escrupulosamente
a
língua, as
formas, a
fonética do
tempo e do
autor.
Na
verdade, a
edição
crítica pode
ter
mil
formas,
mais
ou
menos
carregadaS de
erudição,
dependendo do
público a
que se
destina.
Por
isto, é
indispensável
que, numa
espécie de
prefácio
ou
introdução
metodológica, o filólogo
editor defina
os
princípios e
normas
seguidas.
Para
não
nos
dispersar
muito, vamos
utilizar,
inicialmente,
as
palavras
Lausberg [1981]
para
situar a
importância da
Crítica
Textual
dentro
Filologia
e no
quadro das
ocupações de
filólogo,
hoje definidas
na Classificação
Brasileira de
Ocupações (CBO)
do
Ministério do
Trabalho (Cf. SILVA,
2002b: 28-36 e
www.mtecbo.gov.br).
Inicia Lausberg
([1981]: 19) a
introdução de
seu
trabalho, informando
que “A
Filologia tem
como
objeto
todos os
discursos
que os
homens
pronunciam
ou têm
pronunciado”.
Como o
discurso é uma
manifestação
lingüística destinada a
modificar a
situação e
pode
ter
êxito
ou
fracasso na
persuasão do
seu
destinatário,
quando
concluído, pode
perder
toda a
sua motivação
atual e
passar a
ser
um
mero
fato detalhado
da
história. (Cf.
LAUSBERG, [1981]: 19].
Apesar de
também
interessar à
Filologia
salvar
esses
textos da
destruição
material, é
mais
comum a
atividade da
crítica
textual
ser aplicada a
textos
literários
stricto sensu,
apesar de
não
ser
tão
rara a
elaboração de
edições
críticas de
ensaios das
mais diversas
especialidades,
como
mostraremos
com as
quatro
edições do
texto editado
inicialmente
como
dissertação de
mestrado, as
quatro
edições
resultantes da
tese de
doutorado e as
edições
em
andamento,
resultantes do
projeto de
edição
crítica da
obra de
Alexandre Rodrigues
Ferreira,
pela Kappa
Editorial e de
outros
editores
críticos.
Daqui
em
diante,
transcrevo
um
longo
fragmento do
texto de
LAUSBERG, a
partir da
página 20:
Ao
lado do
decurso da
situação
histórica
que é
linear e consome o
discurso,
existe
outro
decurso
cíclico
inerente ao
ritmo de
ano (e a
outros
ritmos de
tempo).
Decerto o
decurso
cíclico está
determinado
por
natureza e
não pode
ser modificado pelas
pessoas
mediante
ação
ou
discurso.
Mas o
homem,
perante esta
sua
dependência do
decurso
cíclico, sente-se impelido a
manifestar o
seu
interesse
neste
decurso
por
meio de
discursos
confirmativos (laudatórios)
ou
mediante
discursos
que evocam o
fenômeno
através de uma
cooperação
fictícia.
Este
discurso é
um
discurso
litúrgico
que se repete
anualmente (ou
conforme
outros
ritmos de
tempo).
Um
tal
discurso
litúrgico
permanecerá de
ano
em
ano
constante no
seu
teor,
para
assim
exprimir o
regresso da
mesma
realidade da
situação, o
que é
importante
focar. Deste
modo,
fenomenologicamente,
aquilo
que,
liberto da
sua
ligação ao
ritmo
litúrgico do
tempo, se
chama
poesia
ou (bela)
literatura.
O
uso repetido
pressupõe a
conservação do
discurso na
memória de,
pelo
menos, uma
pessoa (geralmente
de
toda uma
escola de
cantores
ou
também do
conjunto da
comunidade
celebrante)
ou
através da
escrita.
Assim nasce a
tradição
literária.
Um afastamento
do
ritmo
fixo do
tempo
já se
encontra
originalmente
nas
festas
que se repetem
de uma
maneira
não rítmica
mas
sim
ocasional (casamento,
acabamento de uma
construção de
casa, etc.).
Também o
discurso de
uso repetido (literário)
se pode
integrar no
debate
dialógico (drama).
Na
vida
jurídica o
debate apresenta uma
mistura de
discursos de
uso
único
(interrogatório,
discursos de
defesa, etc.)
e
discursos de
uso repetido (textos
de
lei,
fórmulas fixas
para
pronunciar a
sentença,
etc.).
O
discurso (seja
de
uso
único, seja de
uso repetido)
pode-se
também
qualificar de: 1. ‘obra’,
considerando-se o
seu
caráter de
totalidade
inerente à
intenção de
algo de
concluso; – 2. ‘texto’
(‘tecido’),
tomando-se
em
conta
que é
composto de
partes. O
termo ‘texto’
pode-se
aplicar
também ao
conjunto
maior chamado
‘debate’.
.....................................................................................
A
Filologia tem
como
objeto de
conhecimento
as ‘obras’
ou ‘textos’,
tanto os
textos de
uso
único,
pragmáticos,
como
também os
textos de
uso repetido,
literários. A
Filologia
que concentra
a
sua
atenção
nos
textos
literários de
uso repetido
chama-se ‘ciência
da
literatura’.
A
tarefa
social dos
filólogos refere-se, de
fato, aos
textos de
uso repetido;
os filólogos
são
encarregados
de
vigiar a
tradição
litúrgica e
também
literária da
comunidade. A
tarefa de
vigiar realiza-se
em
três
campos
concêntricos:
1) A
tarefa
básica
dos filólogos consiste
em
salvar os
textos da
destruição
material. Esta
salvaguarda
pode-se
exercer de várias
maneiras.
a) Numa
sociedade
sem
escrita o
filólogo ocupa o
lugar do
professor
que deve
transmitir os
textos à
memória da
nova
geração desta
sociedade.
Também
depois de a
sociedade
ter adotado a
escrita
mantém-se
este
encargo do
filólogo
para
intensificar de
maneira
aviventadora a
tradição.
b)
Depois da
introdução da
escrita o
filólogo
conserva os
textos numa
biblioteca
pública e
cuida de
que se
multipliquem
por
cópias.
Daqui resulta a
tarefa da
crítica
textual
cuja
função
original
consiste na
vigilância
sobre as
cópias
feitas na
própria
oficina da
biblioteca.
Mas o filólogo
pode
estender esta
tarefa
também às
cópias
produzidas nas
oficinas de
outras
bibliotecas.
Como a
divulgação de
um
texto,
conforme o
cálculo das
probabilidades,
leva à
variação flabeliforme do
seu
teor, a
crítica
textual
esforçar-se-á
em
reconhecer
este
fenômeno
para,
assim,
poder
restabelecer o
teor
original do
referido
texto.
c)
Visto
que
também
textos
inteiros se
podem
perder, a
tarefa
conservatória do filólogo
pode-se
estender ao
redescobrimento de
textos
perdidos
mas
conservados na
memória de
comunidades
menos
conhecidas (por
exemplo no
caso do
descobrimento de
romances
espanhóis
entre
judeus no
Norte da África)
ou
em
bibliotecas e
depósitos (covas
no
Mar
Morto,
montões de
entulho no Egito).
Além dessa
tarefa
básica, há
duas outras das
quais
não trataremos
aqui: a
tarefa
central,
que “consiste
na
conservação do
sentido
que se deve
dar ao
teor do
texto” (Cf.
LAUSBERG, [1981]: 22] – a
interpretação;
e a
integração
desses
textos,
que resultará
na publicação de
coletâneas
organizadas de
maneiras
diversas,
que levará à “história
da
literatura,
que é,
por
sua
vez,
parte da
história da
cultura e da
história
geral” (Idem,
ibidem].
Também
não trataremos
da
teoria
geral
da
literatura,
que resulta da
realização da
tarefa
básica e da
tarefa
central dos
filólogos numa
grande
variedade de
obras.
Assim sendo,
as
atividades da
crítica
textual, da
interpretação
e da
integração
superior de
textos das
diversas
línguas
românicas constitui a
tarefa
magna da
Filologia
Românica,
que
jamais
poderia
ser realizada
por
um
indivíduo
ou
por uma
equipe,
mas
somente
pelo
conjunto dos
filólogos
atuantes
em
cada uma
dessas diversas
línguas.
Segismundo Spina,
fazendo
outra
divisão, apresenta-a
com
brilho e
segurança, indicando
assim as
funções da
Filologia (SPINA,
1994: 82 e 83):
Finalmente, o
filólogo
agora
não se
concentra no
texto,
nem deduz
aquilo
que
não está no
texto,
mas
procura
transpô-lo, fazendo dele
aquilo
que considera
Antônio Tovar: ‘o
mais
fino
instrumento
histórico
para
penetrar na
alma, no
estilo dos
séculos
antigos’ (TOVAR,
1944: 22). É a
função
transcendente
da
Filologia.
Depois de
tão
longa
citação de
Heinrich Lausberg,
outra,
não
menos
importante
deverá
ser
feita a
seguir
porque se
trata de uma
das
melhores
sínteses
feitas
sobre o
assunto
por
um filólogo
brasileiro, a
quem,
com
isto, queremos
homenagear.
Utilizaremos,
outrossim, os
trabalhos de
alguns
outros
filólogos
brasileiros
importantes
para
acrescentar
notas e
comentários ao
texto
escolhido
como
roteiro dessa
exposição,
entre os
quais
não poderiam
faltar as
palavras de
Leodegário A. de Azevedo
Filho (AZEVEDO
FILHO, 1987),
Segismundo Spina (SPINA, 1994), Bruno Fregni Bassetto (BASSETTO, 2001),
Gladstone
Chaves de Melo
(MELO, 1957) e Emanuel Araújo (ARAÚJO, 1986).
Trata-se de
parte do
tópico 3.2 dos
Elementos
de
Bibliologia
de
nosso
querido e
saudoso
Antônio Houaiss (1983),
obra
indispensável
na
biblioteca de
um
editor
crítico:
CRÍTICA
TEXTUAL
OU ECDÓTICA
A ecdótica,
por
conseguinte,
cuida da edição-de-texto,
em
grau de
complexidade decrescente
que vai do
passado ao
presente, de
autor
morto a
vivo.
Sua
problemática
pode escalonar-se nas
seguintes
fases:
1.°) na
primeira
fase, cuida-se da
estemática,
isto é, do
estabelecimento
do
seu estema
ou
classificação
genealógica
das
versões do
texto
segundo as
cópias,
impressões
ou
edições
que teve;
2.°) na
segunda
fase, estabelecido o
estema,
quando
não se
caracteriza
incontroversamente
o
manuscrito
autógrafo
original
ou
definitivo,
obtém-se o
protótipo
ou,
melhor,
arquétipo (na
tradição
manuscrita),
ou a
edição de
base (na
tradição
impressa),
devendo-se
notar
que, neste
caso,
existindo a
edição
príncipe,
única
em
vida do
autor, esta é,
via de
regra
necessária, a
edição de
base; se,
porém, houver
duas
ou
mais
editiones principes, o
problema se
torna
mais
delicado,
pois
ou
elas
correspondem a duas
ou
mais
gestações
conceptuais de
certo
modo autônomas
da
obra,
ou a duas
ou
mais
fases
distintas de
sua
apresentação, servindo de
típicos
exemplos os
problemas
relacionados
com as
obras de
Torquato Tasso, Gerusalemme
Liberata e Gerusalemme Conquistata.
3.°) numa
terceira
fase, fixado o
protótipo
ou
arquétipo,
ou a
edição de
base, pode-se,
então,
tratar do
estabelecimento
do
texto,
estabelecimento
de
que decorre,
na
grande
maioria dos
casos, a
necessidade de
um
aparato
crítico
que justifique
as
soluções
seguidas
pelo editor-de-texto,
ademais da
enunciação dos
princípios
críticos
gerais
que o norteiam
nessa
tarefa,
aparato
crítico
que
não
raro
ultrapassa os
problemas
meramente
lingüísticos e
invadem os
históricos
lato
sensu, institucionais,
morais,
culturais, e
são
por
isso
mesmo,
explanados nesse
aparato
ou
em
seções anexas
ao
aparato.
Estabelecimento
de
texto
O
estabelecimento
do
texto é,
pois, a
um
tempo
um
problema de
ecdótica,
de
hermenêutica
e de
exegese.
É
impossível,
em
princípio,
estabelecer
um
texto
que
não seja
totalmente
compreendido
pelo editor-de-texto,
ainda
que
alguns aspirem
a uma
como
objetividade
mecânica na
operação
ou
ainda
que
esse
grau de
compreensão
possa
ser aprofundado
por
outrem. Dessa
forma, a
inteligência de
um
texto se
logra
por
um
crivo:
a) de todas as
particularidades
do
texto,
para
que
eventualmente
qualquer uma
dessas
particularidades
sirva de
lição
para
qualquer
outra do
mesmo
texto;
b) de todas as
particularidades
e
generalidades
do
contexto – no
que,
inclusive, a
história, a
erudição
em
geral, a
geografia, a
filologia, as
idéias
coetâneas, os
ideais
coetâneos, do
autor, da
sua
geração, do
país, da
nação, do
mundo,
até o
seu
tempo, do
passado,
possam
trazer
suas
luzes;
c) dos
textos
alheios
anteriores e
contemporâneos
do
autor, na
dupla
operação (a) e
(b)
acima
configuradas;
d)
destarte, na
base do
protótipo
ou
arquétipo,
ou da
edição de
base, é
factível
volver o
mais
verossimilmente
possível ao
original
ou à
edição
príncipe
ideal.
A
crítica
textual
no
passado
As
mais antigas
edições
críticas, ao
menos no
âmbito da
cultura
européia,
são as dos
poetas
gregos
pré-helenísticos,
feitas
pelos
críticos
alexandrinos,
Zenóddoto, Aristófanes de Bizâncio,
Aristarco.
Seus
trabalhos
incidiram preferentemente
sobre os
poemas
homéricos,
com
textos
não anotados,
mas
acompanhados de
signos
que exprimiam
dúvida
quanto à
autenticidade
da
tradição
ou
que remetiam
ao
comentário,
comentário
que encerrava
indicações
sobre os
manuscritos de
que os
críticos se
haviam servido e
sobre as
lições
que haviam
adotado. A recensio se fazia
segundo
critérios
internos, as
emendas
não eram
acolhidas no
texto, a
tendência
era
puramente
conservadora;
entretanto, os
versos
reconhecidos
como
não
autênticos
eram transcritos no
texto,
embora
com
signos
indicativos de
não
autenticidade.
Um
trabalho
grandioso de
crítica do
texto foi
empreendido,
sobre a
Bíblia,
por
outro
alexandrino,
no
século III,
Orígenes. Os
métodos
alexandrinos
foram transportados
para Roma,
inicialmente
por
Varrão,
o reatino, e
depois, na
época imperial,
por
Probo.
Jerônimo aplica os
métodos de
Orígenes à
Vulgata,
representando,
pelo
amor do
livro,
um dos
marcos
básicos na
evolução
moderna deste,
inclusive no
seu
ideal
normalizador (Cf. ARNS, 1953).
Signos
críticos se
encontram
semelhantemente
em
manuscritos
medievais. A
época
carolíngia, na
Idade
Média, conhece
também a
recensão de
textos;
mas os
meios de
que dispõe
não
lhe permitem
verdadeiras
edições
críticas.
Avizinha-se,
entretanto,
disso o
exemplar da Regula
sancti Benedicti. Os
próprios
humanistas
pouco superam
nesse
respeito os
doutos
carolíngios
(Cf. PASQUALI: 1934).
A
crítica
textual
moderna
A
edição
crítica no
sentido
moderno
progride a
partir do
século XVI,
com
estudos
sobre a
Bíblia
grega e
latina, de
eruditos
principalmente
franceses.
Mas o
fundador do
método
que teve
curso
em
toda a
Idade
Moderna foi
Karl Lachmann (1793-1851),
cuja
obra-prima, no
particular, é
o
conhecido
prefácio à
sua
edição de
Lucrécio, de 1850 (Cf. LUCRETIUS,
1882). As
características
do
método de
Lachmann
são: (1) a
elaboração dos
conceitos de
recensio e emendatio; (2) a
elaboração do
conceito de
arquétipo; (3)
o
sistema de
agrupar geneticamente os
manuscritos
por
meio dos
erros
comuns; (4) o
procedimento
mecânico na
reconstrução
do
arquétipo,
sob o
fundamento de
determinadas
concordâncias;
(5) a
eliminação dos
manuscritos
suspeitos de
interpolação;
(6) a
tentativa de
reconstruir,
por
considerações
diplomáticas e
por
testemunhos
externos, a
história e a
fortuna de
um
texto. O
pressuposto do
método de
Lachmann
era o da
transmissão,
da
tradição
restrita e prevalentemente
mecânica,
como seria a
daqueles difíceis
escritores e
poetas
latinos
tratados
preferentemente
por
Lachmann,
como
Propércio, Catulo, Tibulo,
Genésio, Terenciano Mauro, Bábrio, Aviano,
Gaio
e
especialmente
Lucrécio.
Mas o
próprio
Lachmann compreendeu
que o
seu
método
não seria
aplicável a
um
texto
não
transmitido digamos mecanicamente,
mas
sim
através de
recensões
antigas,
como o do
Novo
testamento,
e
assim havia
acenado
com
todo
um
outro
método
já a
partir de 1824.
Mas neste
particular
não teve
Lachmann continuador
durante
muitos
anos,
pois ao
contrário foi
a
lição do
seu
prefácio de Lucrécio
que exerceu
poderosa
influência
não
só
entre
germanistas,
mas
também
entre
romanistas.
A
crítica
textual
atual
Os
métodos da
edição
crítica
progrediram
lentamente. É
de
data
relativamente
recente a
superação do
preconceito
contra os
códices interpolados,
já
que,
como se pôde
verificar,
estes podiam
conservar, e conservaram,
tradições
genuínas,
que
com o
seu
abandono
poderiam
ser perdidas. As
publicações de
catálogos, de
fac-símiles,
maiores
facilidades de
transporte,
maior
liberalidade
das
bibliotecas
públicas e
privadas na
concessão de
fotocópias e
microfilmes,
possibilitaram uma
exploração
mais
ampla da
tradição
com
menor
consumo de
tempo. E
só
recentemente
também –
graças
àqueles
recursos – se
pôde
ver
que a
própria
tradição do
início da
Idade
Média de
textos
gregos e
latinos,
que parecia
una,
mecânica,
derivava de
fato de
contaminações, de
recensões.
Fundamental, a
tal
respeito, é a
moderna
edição da
Historia ecclesiastica, de Eusébio
(Cf. Eusebius Werke:1902-1926),
assim
como os
trabalhos e
estudos de
Henri Quentin (Cf.
Quentin. 1926).
Numa
evidência
indisfarçável
do
entendimento
de
Filologia
como
Crítica
Textual,
transcreve-se a
seguir
outra
excelente
síntese,
que
vale a
pena
ser memorizada, da
ampla
tarefa do
editor
crítico,
descrita
em
nota de
pé de
página da
Introdução
à
Lingüística
Românica
de Maria Luísa Fernández Miazzi (MIAZZI, 1972: 16-17):
Ampla é a
tarefa do
filólogo. Cumpre-lhe, localizado o
texto,
classificar as
cópias
existentes
com
base nas
variantes
ou
lacunas,
para
fazer o
levantamento dos
dados de
ordem e
interna,
com
vistas à
sua
exegese (crítica
textual e
histórico-literária,
antigamente
ditas “baixa”
e “alta”
crítica,
ou
ainda, na
acepção
mais
lata de
crítica
textual,
recensio e emendatio,
nos
termos de
Lachmann).
Fará,
assim,
quanto ao
aspecto
formal,
recorrendo muitas
vezes à
paleografia:
a)
um
exame do
manuscrito,
suas várias
cópias e
elementos,como:
material (papiro,
pergaminho,
papel),
formato (pergaminho
em
forma de
livro
ou toledana,
gótica
francesa,
napolitana e
outras oriundas da
cursiva
latina);
b) a classificação dos
manuscritos e
sua
ordenação
em
famílias
para
chegar à
escolha do
básico (nem
sempre o
arquétipo
ou princeps);
c)
um
levantamento das
variantes dos
testimonia e das
variantes
fundamentais
que irão
constituir o
aparato
crítico;
d)
um
levantamento das
traduções,
críticas e
citações do
texto e
destino do
manuscrito.
Do
ponto de
vista do
conteúdo
procederá:
a) ao
exame da
data e
local de
composição da
obra e
sua autoria;
b) ao
estabelecimento
de
suas
fontes e
circunstâncias
em
que foi
elaborada [cada
uma];
c) à
análise da
linguagem e
estilo do
autor, e do
conteúdo da
obra (se
íntegra
ou
fragmentária,
se tem
unidade
ou
diversidade de
assuntos,
etc.);
d) ao
trabalho exegético,
aclaramento de
passagens
obscuras e
reconstituição
de
lacunas; e) ao
julgamento dos
valores da
obra
(filosófico,
histórico,
literário,
científico
etc.);
Tendo
em
vista
conferir ao
texto
sua
máxima
autenticidade,
eliminará o filólogo
criteriosamente
as
falhas,
servindo-se de
toda
sorte de
ciências
auxiliares da
filologia,
quais a
história,
geografia,
arqueologia,
mitologia,
epigrafia, etc.
Terá
assim
elementos
para
organizar uma
edição
crítica do
texto,
que é a
mais
recomendada.
Ainda poderá
providenciar
uma
edição
fotografada (fac-simile),
que tem a
conveniência de
obstar falsas
interpretações.
Menos
aconselhável é
a
edição
diplomática,
mera
cópia de
outra,
sujeita a
erros de
interpretação
do
copista (Cf.
SILVA
NETO, 1956:
13-25).
Apesar da
intenção
inicial de se
fazer uma
demonstração
sucinta do
processo de
edição
crítica,
mostrando
com
exemplos
práticos da
labuta
filológica, verificou-se
logo
que o
tempo
destinado à
apresentação das
informações
aqui contidas
e aos
breves
comentários
que o
assunto
requer, fica
impraticável a
execução dessa
demonstração.
Lembrarei,
para
possíveis
consultas
posteriores
dos interessados,
alguns
trabalhos de
descrição da
atividade
prática de
edição
crítica
elaborados
por
brilhantes
companheiros
dessa sacerdotal
tarefa.
Com
descrições
minuciosas de
cinco
exemplos de
edição
crítica de
sonetos de
Camões, AZEVEDO
FILHO
(1987:62-150) é
exemplar,
assim
como merece
aplausos e
imitadores
pelo
seu
primeiro
volume dos
doze
volumes da
Lírica
de Camões (AZEVEDO
FILHO, 1985).
Em se tratando
da recensio de uma
obra de
grande
vulto, é da
maior
importância
O
mapa
do
labirinto,
de Francisco
Topa (TOPA:
2001),
resultante de
sua
tese de
doutorado (TOPA,
1999), o
mais
custoso e
elaborado
trabalho da
especialidade
de
que
já tive
notícia.
Em se tratando
de
inovação
tecnológica, a
edição
diplomática e escaneada do
Códice da
Coleção Prof.
Celso
Ferreira da
Cunha,
como uma
primeira
fase de uma
edição
crítica da
Obra
Poética
de Gregório de
Matos,
preparada
em CD-ROM,
talvez seja
um
interessante
exemplo
para futuras
edições
economicamente
inviáveis no
formato
tradicional de
impressão
gráfica. (cf.
SILVA, 2002d). Deste
modo,
um
trabalho
que,
impresso,
não
poderia
ser vendido
por
menos de
duzentos
reais, pode
ser disponibilizado
em
um CD-ROM
por
um
décimo disso,
com a
vantagem
ainda de
poder
ser transcrito
para as necessárias
citações
ou
reproduções
com a
maior
facilidade
que a
informática
oferece.
CONCLUSÃO
(?!...)
A
Crítica
Textual é uma
atividade
filológica de
grande
utilidade
para os
estudos
lingüísticos,
literários,
históricos
etc.,
mas
não é
indispensável
para a
atividade de
editor-de-textos,
que pode
executá-la,
inclusive,
com
imagem,
som,
movimento e
interação
com o
leitor,
através dos
diversos
recursos
disponibilizados
pela
multimídia
eletrônica.
A
Crítica
Textual é
indispensável
para uma
edição
científica de
textos,
que pode
ser realizada
por filólogos,
mas
também
pelos inúmeros
filologistas
que
tanto têm
contribuído
para a
divulgação de
bons
textos,
como se pode
exemplificar
com o
trabalho de Claudio Cezar
Henriques
sobre as
Atas
da
Academia
Brasileira
de
Letras
(HENRIQUES, 2001),
resultante de
sua
tese de
concurso
para
Titular de
Língua
Portuguesa na UERJ.
Os
avanços
tecnológicos e
científicos
não cessaram
e,
além de
recursos
editoriais
mais
eficientes,
surgem
novas
especialidades
nos
estudos
críticos,
como é o
caso da
crítica
genética,
base dos
trabalhos de
Maria Antônia da
Costa
Lobo
sobre a
gênese
textual de
Chão
de
Ferro,
de Pedro Nava (LOBO,
1997) e da
edição
crítica
em
perspectiva
genética
que Marlene
Gomes Mendes fez d’As
Três
Marias, de Rachel de Queiroz (MENDES, 1998)
ou da
tese de
doutoramento
na USP, defendida há
um
ano
por Ceila
Maria
Ferreira
Batista
Rodrigues Martins,
sobre uma
edição
crítica de
Aventuras
de Diófanes
ou
Máximas
de
virtude
e
formosura
de Teresa
Margarida da
Silva Orta (MARTINS, 2002).
BIBLIOGRAFIA
ARAÚJO, Emanuel. A
construção do
livro.
Princípios da
técnica de
editoração.
Prefácio de Antônio
Houaiss.
Rio de
Janeiro:
Nova
Fronteira;
Brasília: INL, 1986.
ARNS, Evaristo. La technique du
livre
d’aprés Saint Jérôme. Paris: E. de Boccard, 1953.
ASSUNÇÃO,
Carlos. A
arte da
grammatica da lingua portugueza de António José dos
Reis Lobato.
Estudo,
edição
crítica,
manuscritos e
textos
subsidiários.
Lisboa:
Academia das
Ciências de
Lisboa, 2000.
AUERBACH, Erich. A
edição
crítica de
textos. In:
–––.
Introdução
aos
estudos
literários.
Tradução de
José Paulo Paes.
São Paulo:
Cultrix, [1972].
AZEVEDO
FILHO,
Leodegário A. de.
Iniciação
em
crítica
textual.
Rio de
Janeiro:
Presença;
São Paulo:
Edusp, 1987.
––––––.
Lírica
de Camões. 1.
História,
metodologia,
corpus.
Texto
estabelecido à
luz da
tradição
manuscrita,
em
confronto
com a
tradição
impressa.
Apresentação de Antônio
Houaiss.
Revisão
editorial e
colaboração na
adaptação
ortográfica de Sebastião Tavares de
Pinho. Lisboa:
Imprensa
Nacional /
Casa da
Moeda, 1985.
BASSETTO, Bruno Fregni.
Elementos
de
Filologia
Românica.
São Paulo:
Edusp, 2001.
CABRAL, Nilda
Santos.
Edição
crítica
de
textos
científicos:
Proposta de
edição
crítica de “Princípios
de
Lingüística
Geral” da
Mattoso Camara Jr.
Tese de
doutoramento
defendida na USP,
São Paulo,
em 1998.
EUSEBIUS WERKE (ed.). HEIKEL, J. A.; SCHWARTZ,E.; MOMMSEN, T.; KLOSTERNMANN, E.;
GRESSMANN, H.; KARST, J.; HELM, R. Historia ecclesiastica. Berlim,
1902-1926, 7 vols.
HENRIQUES, Claudio Cezar.
Atas
da
Academia
Brasileira
de
Letras
–
Presidência
Machado de
Assis (1896-1908).
Rio de
Janeiro:
Academia
Brasileira de
Letras, 2001.
HOUAISS, Antônio.
Elementos
de
bibliologia.
São Paulo:
HUCITEC; Brasília: INL,
Fundação
Nacional
Pró-Memória, 1983. [Reimpressão
fac-similar.]
LAUSBERG, Heinrich. Linguística
Românica.
Tradução de
Marion Ehrbardt e Maria Luísa Schemann. 2ª ed. Lisboa:
Fundação
Calouste Gulbenkian, [1981].
LOBO, Maria
Antônia da
Costa.
Chão
de
ferro:
a
gênese de uma
obra de Pedro
Nava. [Rio de
Janeiro],
1997.
LUCRETIUS, Titus Carus. De rerum
natura.
Edição de Karl
Lachmann. 4ª ed. Berlim: Reimer, 1882.
MARTINS, Ceila Maria
Ferreira
Batista
Rodrigues.
Entre
as
luzes
e as
sombras
do
Iluminismo
– uma
edição
crítica de
Aventuras
de Diófanes
ou
Máximas
de
virtude
e
formosura
de Teresa
Margarida da
Silva e Orta.
Tese de
doutorado
defendida na USP,
São Paulo,
em 2002.
MELO, Gladstone
Chaves de.
Iniciação
à
Filologia
Portuguesa. 2ª ed. refundida e aumentada.
Rio de
Janeiro:
Acadêmica,
1957.
MENDES, Marlene Gomes.
Edição
crítica
em
uma
perspectiva
genética
de “As
Três
Maris” de Rachel de Queiroz.
Prefácio de Telê Ancona
Lopez. Niterói: Eduff, 1998.
MIAZZI, Maria Luisa Fernandez.
Introdução
à
Lingüística
Românica:
Histórico e
métodos.
Apresentação de Isaac
Nicolau Salum.
São Paulo:
Cultrix; Edusp, 1972.
[MORENO,
Diogo de
Campos].
Jornada
do Maranhão
por
ordem
de
Sua
Majestade
feita o
ano
de MDXIV.
Estabelecimento
do
texto
por Sebastião
Moreira Duarte.
Análise
filológico-estilística e
Glossário
por Antônio
Martins de Araújo.
Apresentações
por José
Sarney e Josué Montello.
São Paulo:
Siciliano,
2002.
PASQUALI, G. Storia della tradizioni e
critica del
testo.
Florença: [s/ed.], 1934.
RONCAGLIA, Aurelio. Pincipi e applicazioni di critica testuale. Roma:
Bulzoni, 1975.
SAID
ALI, M.
Gramática
histórica
da
língua
portuguesa.
Edição
revista e
ampliada
por Mário
Eduardo Viaro.
São Paulo:
Melhoramentos; Brasília: UnB, 2001.
SILVA, José
Pereira da.
A Amazônia no
século
XVIII:
um
roteiro
de
viagem.
(Edição
crítica do "Roteiro
da
viagem da
cidade do
Pará
até às últimas
colônias dos
domínios
portugueses
em os
rios
Amazonas e
Negro;
ilustrado
com algumas
notícias
que podem
interessar à
curiosidade
dos navegantes e
dar
mais
claro
conhecimento
das duas
capitanias do
Pará e de
São José do
Rio
Negro".
Tese de
doutorado
defendida na
Faculdade de
Letras da
UFRJ), 1992.
––––––.
A
gíria do
filólogo e
editor de
textos.
Cadernos
do CNLF, Vol. V, N° 08: A
Filologia
ontem e
hoje.
Rio de
Janeiro:
Círculo
Fluminense de
Estudos
Filológicos e
Lingüísticos;
Instituto de
Letras da
UERJ;
Academia
Brasileira de
Filologia;
Centro
Filológico Clóvis Monteiro, 2002a, p. 23-46.
––––––.
A
imposição
da
língua
portuguesa aos
índios
e as "Questoens apologeticas" do Pe. Manuel da
Penha
do
Rosário.
(Introdução
crítico-filológica e
edição do
texto).In
Revista
do
Instituto
Histórico
e
Geográfico
Brasileiro.
Rio de
Janeiro: IHGB,
148(355):164-177 e 230-281, abr./jun. 1987.
––––––.
A
situação
oficial
brasileira do
filólogo e do
professor de
Filologia no
Ministério do
Trabalho e
Emprego.
Soletras:
Revista do
Departamento de
Letras da
Faculdade de
Formação de
Professores da
UERJ.
Rio de
Janeiro: UERJ,
jul./dez.
2002b,
Ano II, Nº 04,
p. 28-36.
––––––.
Autos
da
Devassa:
prisão dos
letrados
do
Rio de
Janeiro
(1794). (Estabelecimento
de
texto,
atualização ortográfica e
revisão
técnica de
José
Pereira da
Silva, auxiliado
por Márcia
Marques da Silva e Maria Celina da Fonseca Silva).
Niterói:
Arquivo
Público do
Estado do
Rio de
Janeiro;
Rio de
Janeiro:
UERJ, 1994. 229 p. il. (Série
História, 1).
(2ª ed.
Rio de
Janeiro:
Eduerj, 2002c, 342 p.)
––––––.
Língua
portuguesa
versus
língua
vulgar.
Anais
da
Biblioteca
Nacional
do
Rio de
Janeiro,
1993(tomo
I):5-50.
Rio de
Janeiro:
Biblioteca
Nacional,
1995.
––––––.
Mattos da Bahia:
Edição
digital do
códice de
Gregório de
Matos da
Coleção
Celso
Cunha.
(Apresentado
por Marcílio
Pereira da
Silva e Beethoven Barreto Alvarez,
em
agosto de
2002, no V CNLF).
Rio de
Janeiro:
CiFEFiL, 2002d.
––––––.
NORONHA, José Monteiro de, Pe. Dr.
Roteiro
da
viagem
da
cidade
do
Pará
até
às últimas
colônias
dos
domínios
portugueses
em
os
rios
Amazonas
e
Negro.
Ilustrado
com algumas
notícias
que podem
interessar à
curiosidade
dos navegantes e
dar
mais
claro
conhecimento
das duas
capitanias do
Pará e de
São José do
Rio
Negro.
Edição,
introdução e
notas de... [Rio
de
Janeiro]:
DIGRAF/UERJ, 1997, 84 p. ilustradas.
––––––.
Questoens apologeticas:
edição
crítica.
(Dissertação
de
mestrado
defendida na
Faculdade de
Letras da
UERJ), 1987.
––––––.
Roteiro
da
viagem
da
cidade
do
Pará
até
a
última
povoação
Rio
Negro.
(Leitura
crítica do
Códice II-32,16,43
da BNRJ). In
Revista
do
Instituto
Histórico
e
Geográfico
Brasileiro.
Rio de
Janeiro,
IHGB, 147(353):1122-1136, out./dez.
1986.
––––––.
Roteiro
da
viagem da
cidade do
Pará
até às últimas
colônias dos
domínios
portugueses
em os
rios
Amazonas e
Negro
ou
Roteiro
da
viagem da
cidade do
Pará
até às últimas
colônias do
sertão da
província. (Introdução
e
leitura
crítica). In
Revista
do
Instituto
Histórico
e
Geográfico
Brasileiro.
Rio de
Janeiro,
IHGB, 150(364):475-513, jul./set.
1989.
––––––
(org.).
Atas
de
reuniões
(13/03/1999 a 15/12/2001).
Rio de
Janeiro:
Academia
Brasileira de
Filologia,
2002e.
––––––
(org.).
Atas
de
reuniões
do CiFEFiL de
sua
fundação
até
dezembro
de 2001.
Rio de
Janeiro:
CiFEFiL, 2002f.
––––––
(org.).
Textos
anexos
às
atas
de 2000 e 2001.
Rio de
Janeiro:
Academia
Brasileira de
Filologia,
2002g.
SILVA
NETO,
Serafim da.
Textos
medievais
portugueses e
seus
problemas.
São Paulo:
MEC;
Casa de Rui
Barbosa, 1956.
SPINA, Segismundo.
Introdução
à edótica:
Crítica
textual. 2ª
ed. revisada e atualizada.
São Paulo:
Ars
Poética;
Edusp, 1994.
TAVARES, Emannuel Macedo. Directório
que
se deve
observar nas
povoações
dos
índios
do
Pará
e Maranhão,
enquanto
sua
Majestade
não
mandar o
contrário
(Edição
de
um
texto
brasileiro do
século XVIII).
Tese de
Doutorado
em
Filologia
Românica,
apresentada à
Coordenação de
Pós-Graduação
da
Faculdade de
Letras da
Universidade
Federal do
Rio de
Janeiro,
Rio de
Janeiro,
em 1998.
TOPA,
Francisco.
Edição
crítica
da
obra
poética
de Gregório de
Matos.
Dissertação de
Doutoramento
em
Literatura
Brasileira
apresentada à
Faculdade de
Letras da
Universidade
do
Porto.
Porto:
Edição do
Autor, 1999, 4
vol.
––––––.
O
mapa
do
labirinto:
Inventário
testemunhal da
poesia
atribuída a Gregório de Mattos.
Salvador:
Secretaria da
Cultura e
Turismo;
Rio de
Janeiro:
Imago, 2001, 2 vol. (Coleção
“Bahia:
Prosa e
Verso”).
TOVAR, Antônio.
Lingüística y
Filologia
Clasica – Su situación actual. Madri:
Revista de
Occidente, 1944.
Cf.
também BASSETTO, 2001: 43-62, no capítulo sobre “O Trabalho Filológico”, em
que se inclui o tópico “Crítica Textual”, da página 44 à 51. Seguramente, na
aula-conferência que proferirá nesta VII SENEFIL, não deixará de utilizar
esse importante capítulo de seu livro.
Exegese é o comentário ou dissertação que tem por objetivo esclarecer ou
interpretar minuciosamente um texto ou uma palavra.