O
ensino
de
língua
portuguesa e os PCN’s
Leonor Werneck dos
Santos
(UFRJ)
Introdução
Uma das
discussões
mais
freqüentes
atualmente na
área de
educação
engloba os
Parâmetros
Curriculares
Nacionais (PCN)
e
seu
reflexo no
ensino. No
que se refere
`a
língua
portuguesa, os PCN vêm
apresentar
propostas de
trabalho
que valorizam
a participação
crítica do
aluno
diante da
sua
língua e
que mostram as
variedades e
pluralidade de
uso
inerentes a
qualquer
idioma.
Entretanto,
apesar de
algumas
idéias
que aparecem
nos PCN
não serem
novas –
pelo
contrário,
são
objetos de
debate há
décadas,
como é o
caso,
por
exemplo, dos
pressupostos da
Lingüística
Textual –, a
reação dos
profissionais
de
educação
diante desse
material
não tem sido
das
melhores. As
críticas,
por
vezes
fundamentadas, abarcam
desde o
caráter dos
parâmetros,
considerados
por
alguns
como
impositivo e
fora da
realidade
brasileira,
até as
teorias
lingüísticas e
pedagógicas
que norteiam o
texto.
Nem
sempre,
porém, os
críticos se
voltam
para o
texto dos PCN
com o
olhar de
quem conhece a
realidade da
sala de
aula e as
necessidades
dos
alunos. É
nesse
aspecto
que os PCN
mais podem
colaborar na
formação de
cidadãos
críticos e
conscientes.
Neste
artigo,
serão
analisadas algumas
propostas dos
PCN de
ensino
fundamental
para
terceiro e
quarto
ciclos.
Discussões
político-pedagógicas à
parte,
não se pode
negar
que os
Parâmetros têm
seu
valor e vêm
servindo, ao
menos,
para
levantar o
debate a
respeito do
ensino de
língua
portuguesa.
Os
objetivos
de
um
ensino
mais
produtivo
Se começarmos a
analisar os PCN de
língua
portuguesa
para o
ensino
fundamental,
veremos
que
eles se
dividem
em duas
partes:
apresentação da
área
de
língua
portuguesa,
em
que se
discutem
questões
sobre a
natureza da
linguagem, o
ensino dessa
disciplina (objetivos
e
conteúdo) e a
relação
texto
oral-escrito /
gramática; e
Língua
portuguesa no
terceiro
e no
quarto
ciclos,
em
que aparecem
os
objetivos e
conteúdos
específicos
dessa
fase, divididos
em
prática de
escuta de
textos
orais /
leitura de
textos
escritos,
prática de
produção de
textos
orais e
escritos e
prática de
análise
lingüística.
Também nesses
PCN, na
primeira
parte,
propõe-se a interdisciplinaridade,
para
que o
aluno
considere a
língua
em uma
perspectiva
mais
ampla, e a
relação da
disciplina aos
temas
transversais
que norteiam
os PCN (ética,
pluralidade
cultural,
meio
ambiente,
saúde,
orientação
sexual,
trabalho e
consumo); e,
na
segunda
parte, constam
informações
sobre
projetos,
uso de
tecnologia
em
sala de
aula e
critérios de
avaliação.
Esses
aspectos,
entretanto,
não
comentaremos neste
artigo,
por
considerarmos
que
eles se
referem
mais a
questões
gerais dos PCN
que `a
área
específica de
língua
portuguesa.
Na
primeira
parte, a
língua
portuguesa é apresentada
como uma
área
em
mudança, no
que se refere
ao
ensino,
pois tem se
passado do
excesso de
regras e
tradicionalismo
típicos das
escolas
para
um
questionamento
de
regras e
comportamentos
lingüísticos.
No
que se costuma
chamar de “ensino
descontextualizado de
metalinguagem”
(p. 18), o
texto é usado
(quando
o é)
como
pretexto
para
retirar
exemplos de “bom
uso” da
língua,
descontextualizados e
fora da
realidade do
aluno,
mostrando uma “teoria
gramatical
inconsistente”
(id.).
Já a
perspectiva
mais
crítica de
ensino de
língua
apresenta a
leitura e a
produção de
textos
como a
base
para a
formação do
aluno,
mostrando
que a
língua
não é
homogênea,
mas
um
somatório de
possibilidades condicionadas
pelo
uso e
pela
situação
discursiva.
Assim, o
texto é
visto
como
unidade de
ensino e a
diversidade de
gêneros deve
ser privilegiada na
escola.
O
mote dessa
perspectiva de
ensino de
língua
mais
produtivo
aparece no
próprio
texto dos PCN:
“Toda
educação
comprometida
com o
exercício da
cidadania
precisa
criar
condições
para
que o
aluno possa
desenvolver
sua
competência
discursiva” (p. 23). É,
portanto, na
percepção das
situações
discursivas
que o
aluno poderá
se
constituir
como
cidadão e
exercer
seus
direitos
como
usuário da
língua.
Para
que a
idéia
defendida
nos PCN possa
ser aplicada, é
necessário
que o
foco do
ensino
saia das
regras
pré-estabelecidas
para se
basear na
análise de
textos,
visando `a
compreensão e
produção. A
novidade dos
PCN é a
inclusão de
textos
orais no
ensino de
língua.
Dizemos
novidade,
porque
não é
comum os
livros
didáticos e os
professores
enfatizarem a
oralidade na
sala de
aula.
Marcuschi (1997)
já alertava
para
isso, ao
analisar
diversos
manuais
didáticos e
não
encontrar
em
nenhum
qualquer
referência a
textos
orais.
Segundo os PCN,
é a
pluralidade de
textos,
orais
ou
escritos,
literários
ou
não,
que fará o
aluno
perceber
como se
estrutura
sua
língua.
Outro
aspecto
importante
nos PCN é a
importância do
trabalho
com
textos
produzidos
pelos
próprios
alunos. As
chamadas “redações”,
geralmente
textos
sem
objetivos e
produzidos
meramente
como
avaliação, passariam a
ser
material de
apoio
para os
professores,
uma
vez
que poderiam
ser analisadas e usadas
em
sala
para
mostrar aos
alunos
que
eles
são
produtores de
textos e
que a
gramática
não é
algo
tão
abstrato.
Sugere-se,
então, a
refacção dos
textos dos
alunos
como
exercício de
análise
lingüística e
prática
textual.
Assim, pode-se
fazer uma
reflexão
sobre
língua e
linguagem e,
comparando
textos
orais e
escritos, dos
mais
diversos
gêneros, o
aluno vai
percebendo as variações
lingüísticas.
Com
relação `a
segunda
parte, dos PCN
de
ensino
fundamental
para
terceiro e
quarto
ciclos, o
que
mais
chama a
atenção é a
maneira
como
são
apresentadas as
diferentes
práticas de
trabalho
com a
linguagem,
cujo
objetivo é
desenvolver no
aluno
o
domínio da
expressão
oral e
escritas
em
situações de
uso
público da
linguagem,
levando
em
conta a
situação de
produção
social e
material do
texto (lugar
social do
locutor
em
relação ao(s)
destinatário(s);
destinatário(s)
e
seu
lugar
social;
finalidade
ou
intenção do
autor;
tempo e
lugar
material da
produção e do
suporte) e
selecionar, a
partir disso, os
gêneros
adequados
para a
produção do
texto,
operando
sobre as
dimensões
pragmática,
semântica e
gramatical (p.
49).
Dessa
forma, a
prática de
escuta de
textos
orais /
leitura de
textos
escritos , a
prática de
produção de
textos
orais e
escritos e a
prática de
análise
lingüística formariam
um
tripé
em
cima do
qual
sustenta-se o
ensino de
língua
portuguesa, funcionando
como
um
bloco na
formação dos
alunos. Os
conteúdos
partem,
portanto, de
textos,
sempre,
conforme
já foi
dito,
valorizando e destacando
diferenças e
semelhanças,
fazendo
com o
aluno discuta
o
que
vê ⁄
lê
para
conseguir se
sentir
usuário da
língua e
participante do
processo de aprendizagem.
Em
resumo, tem-se o
princípio
USO→
REFLEXÃO→
USO (p. 65).
Quanto `a
prática de
análise
lingüística, ressalta-se,
no
texto dos PCN,
que
ela
não é
um
novo
nome
para o
ensino de
gramática,
mas uma
maneira de
perceber
fenômenos
lingüísticos e
relacioná-los aos
textos:
Quando se
toma o
texto
como
unidade de
ensino,
ainda
que se
considere a
dimensão
gramatical,
não é
possível
adotar uma
caracterização
preestabelecida. Os
textos
submetem-se `as regularidades
lingüísticas
dos
gêneros
em
que se
organizam e `as especificidades de
suas
condições de
produção:
isso aponta
para a
necessidade de
priorização de
alguns
conteúdos e
não de
outros (p.
78-79).
Novas
idéias,
velhos
problemas?
Uma das
críticas
que
são
feitas aos PCN
refere-se `a
necessidade de
professores
atualizados
para
que as
propostas
sejam aplicadas
em
sala de
aula.
Nos
cursos de
Letras,
nem
sempre se
discute o
que é sugerido
nos
Parâmetros e,
por
vezes, as
Licenciaturas
abordam
mais
questões
pedagógicas
que
lingüísticas.
Assim, o
formando
em
Letras
por
vezes
não consegue
relacionar
os
conhecimentos
teóricos
referentes `a
Lingüística e `a
Língua
Portuguesa ao
que deve
ser ensinado
em
sala de
aula, e o
resultado
já se conhece:
repetem-se velhas e desgastadas
fórmulas.
Quando os
professores
são
profissionais
formados há
mais
tempo,
ou
provenientes de
faculdades de
qualidade
questionável, percebe-se
que
mesmo os
conhecimentos
teóricos estão
defasados.
Muitos
professores
sequer tiveram
aula de
lingüística na
faculdade e
outros
nunca ouviram
falar
em
conceitos
como
coesão,
coerência,
textualidade,
inferência,
operadores
argumentativos –
somente
para
citar
alguns
termos
presentes
nos PCN.
Não se pode,
portanto,
esperar
que
esse
profissional
consiga
aplicar
tudo
que está
nos
Parâmetros,
embora
alguns façam
verdadeiros
milagres, a
despeito de
sua
formação
precária.
Uma das
soluções
para ao
menos
diminuir a
defasagem dos
professores
seria o
investimento,
por
parte dos
governos
municipal, estadual e
federal,
em
cursos de
atualização, o
que
não vem
acontecendo
com a
freqüência e a
organização
necessárias. E
assim o
professor,
que às
vezes
sequer conhece
os PCN (porque
sua
escola
não os recebeu
ou
alguém os
escondeu...), continua lecionando dando
ênfase a
regras
descontextualizadas e
sem
trabalhar
efetivamente
com
textos.
Outra
crítica
muito
comum aos PCN
apóia-se
em
justificativas
sempre
presentes
para a
falta de
mudanças no
ensino:
excesso de
trabalho do
professor,
turmas
cheias,
alunos
desinteressados,
salários
baixos.
Esses
motivos,
segundo
alguns, seriam
responsáveis
pela
não
aplicação das
idéias dos PCN,
que estariam “fora
da
realidade
brasileira”.
Entretanto,
mesmo
em algumas
escolas nas
quais as
turmas
são
menores, a
clientela tem
condições
financeiras e
o
salário é
compatível, o
ensino é
tradicional. O
problema
parece,
portanto,
não
estar
apenas nas
condições de
trabalho.
Essas duas
críticas,
como se
percebe,
não se referem
especificamente aos PCN,
mas a
aspectos
externos
que prejudicam
– é
fato – o
ensino e,
conseqüentemente,
atrapalham as mudanças
que seriam
necessárias.
Ainda
que
não se
consiga
colocar
em
prática
tudo o
que sugerem os
PCN, muitas
sugestões
são
possíveis e
necessárias,
pois o
ensino de
língua
portuguesa vem se pautando numa
sucessão de
equívocos
que
não podem
mais
continuar. Dionísio e
Bezerra (2002)
apresentam uma
série de
temas
presentes
em
livros
didáticos e
ensinados
pelos
professores
que carecem de
fundamentação
teórica
coerente e
sistemática.
Da
pontuação `a
leitura e
produção de
textos,
passando
pela
morfossintaxe, os
artigos
organizados pelas autoras mostram
quantos
problemas
advêm da
falta de
organização de
conteúdos (cf.
Perini, 2000) e da
metodologia
inadequada. Os PCN
sozinhos
não conseguem
resolver
isso,
mas indicam
alguns
caminhos.
De
tudo o
que se
fala
sobre os PCN,
porém, duas
críticas
parecem
ser
inquestionáveis:
a
linguagem e a
estrutura do
texto
em
si; e os
conceitos
por
vezes
mesclados de
linhas
teóricas
diferentes.
Quanto a
esse
último
aspecto, percebe-se o
predomínio de
teorias
ligadas ao
texto (Análise
do
Discurso e
Lingüística
Textual,
por
exemplo) e à
sociolingüística. O
problema é
que
muitos
profissionais
de
educação
desconhecem os pressupostos
teóricos
que norteiam
essas
linhas e podem
tirar
conclusões
precipitadas do
que aparece
nos PCN.
Por
exemplo, é
freqüente,
entre
professores de
língua
portuguesa desatualizados, a
idéia de
que
valorizar a variação
lingüística significa
aceitar
tudo
que o
aluno produz,
considerar
tudo
certo e
deixar o
aluno no
mesmo
ponto
em
que estava
antes de
entrar na
escola.
Outro
exemplo,
bastante
comum, podemos
encontrar no
trabalho do
texto,
em
exercícios de
interpretação,
aceitando
qualquer
coisa
que o
aluno escreva
porque é
necessário “aceitar
qualquer
leitura”.
Por
mais
que pareçam
absurdas, essas
interpretações
existem e dificultam a
discussão
sobre as
idéias dos PCN.
Quanto à
linguagem e à
estrutura dos
PCN, é
fato
que
elas
atrapalham a
leitura e
compreensão
dos
temas
abordados. A
linguagem
nem
sempre é
clara e
questões
simples
parecem
enigmas
para não-iniciados (cf. “Conceitos
e procedimentos
subjacentes
`as
práticas de
linguagem”,
mais
especificamente `as
práticas de
análise
lingüística, p. 59-63). E
a
estrutura
nem
sempre é
uniforme;
somente
para
ilustrar, podemos
citar
dois
exemplos: os
objetivos das
práticas de
análise
lingüística
são
muito
simples e
em
número
reduzido, se comparados aos das duas outras
práticas; e
não há
destaque
para a
pontuação,
que aparece
em
apenas
um
tópico,
bastante
superficial
(p. 63).
Problemas à
parte, é
possível
imaginar
um
ensino de
língua
portuguesa
diferente do
tradicional e
que
aplique as
idéias
propostas
nos PCN.
Em Travaglia
(1996, 2003), discute-se o
ensino de
língua e
apresenta-se a
importância de
o
professor
desenvolver a
competência
comunicativa
dos
alunos,
em
vez de
meramente
mostrar-lhes
regras
gramaticais.
Para Travaglia, a
língua,
mais
que
teoria, é
um “conjunto
de
conhecimentos
lingüísticos
que o
usuário tem internalizados
para
uso
efetivo
em
situações
concretas de
interação
comunicativa”
(2003:17) e
só
assim se pode
conceber o
ensino dessa
disciplina.
Algumas
sugestões
de
atividades
Alguns dos
exemplos a
seguir
já foram
publicados
em
teses
ou
livros
que discutem,
há
décadas, o
ensino de
língua
portuguesa. Optamos
por
ilustrar as
idéias dos PCN
com algumas
propostas de
exercícios
que
lhes
são
anteriores
para
mostrar
como há
sugestões dos
Parâmetros
que
não
são
novas.
Observe-se
que,
apesar de
simples, os
exercícios
não abordam
metalinguagem
e
seus
objetivos
pautam-se na
percepção do
funcionamento
da
língua.
O
primeiro
bloco de
exercícios
(Souza, 1984) apresenta
três
atividades nas
quais o
aluno
precisará
perceber os
elos coesivos
do
texto, a
necessidade de
repetir /
omitir
elementos, o
uso da
pontuação e a
possível
mudança /
manutenção de
sentido.
Com
isso,
trabalha-se a
leitura e a
produção de
textos (ainda
que
pequenos) e
mostra-se ao
aluno
que alterações
podem e devem
ser
feitas
quando se está
elaborando
um
enunciado, de
acordo
com os
efeitos de
sentido
que se
pretende. No
exercício (2)
também é
possível
mostrar as alterações
que fazemos
dependendo do
contexto,
pois podemos
pensar
em
enunciados
típicos da
oralidade,
como “Não,
ele
não pode
fazer o
trabalho,
não”.
1) Reduza o
grupo de
orações
abaixo num
só
período:
a - Juca é
jovem. Juca
está fazendo
Pós-graduação.
Juca leciona na
Faculdade
Paz e
Amor. Juca
estudou na Alemanha. Juca é
professor.
b - O
menino é
esperto. O
menino estava
nervoso. O
menino viu o
assassinato. O
menino foi à
polícia. O
menino relatou
o
que viu.
2) Introduza a
partícula
negativa na
frase
ELE PODE
FAZER O
TRABALHO,
em todas as
posições
que importem
diferença de
sentido:
3) Elimine a
repetição dos
"quês"
encontrada
nos
períodos
abaixo:
a - A
testemunha
afirma
que
não percebeu
que a
vítima
que estava
caída no
chão estava
morta.
b -
São
estes os
estudos
que fiz
depois
que terminei o
curso.
No
segundo
bloco
de
exercícios
(BASTOS
& MATTOS, 1986), enfatiza-se a morfossintaxe,
mais
especificamente
regência e
concordância.
O
objetivo é
fazer
com
que os
alunos
identifiquem as
relações
sintáticas
entre os
termos e as
implicações
semânticas
decorrentes dessas
relações.
Por
exemplo, no
primeiro
exercício, ao
usar
apenas o
verbo
relacionar
na
resposta, o
aluno deverá
perceber
que precisará
alterar a
frase (d)
para “Relacionemos
completamente
∕
todos os
funcionários
deste
setor” , mantendo a
flexão
verbal e
transformando o
adjetivo
em
advérbio
ou
substituindo-o
por
um
pronome.
1) Reescreva os
períodos
abaixo,
usando
corretamente
o
verbo
relacionar,
de
tal
forma
que
este
seja o
único
verbo
da
nova
oração:
a- Fizeram a
relação
entre
um
tópico
e
outro.
b- Fiz a
lista
dos contribuintes marcando a
respectiva
situação
de
cada
um.
c- Esta
questão
tem
semelhança
com
a
outra.
d- Façamos uma
lista
completa
dos
funcionários
deste
setor.
e-
Isto
tem a
ver
com
o
seu
trabalho?
2) Complete
com
a
preposição
adequada e escreva, na
frente,
a
circunstância
de
ação
do
verbo:
Eu
venho de
navio.
meio
Eu
venho
janeiro.
Eu
venho
medo.
Eu
venho a
Semana
Santa.
Eu
venho
meu
irmãozinho.
Eu
venho
receber
o
dinheiro.
Eu
venho
São
Paulo.
Eu
venho
amor
a
você.
3) Indique a
que
termo
se refere
cada
forma
adjetiva:
Na
verdade,
se temos
alguns
resultados
positivos,
sua
causa
principal
deve
ser
o
mau
funcionamento
provisório
dos
mecanismos
recessivos acionados
pelo
governo
para
conter
as
importações
nos
níveis
desejados. (Folha
de
São
Paulo, 20 / 03 / 84)
Da
mesma
forma, no
nosso
exercício
a
seguir (apud
Travaglia, 2003:224-5), a
idéia é
fazer
com
que o
aluno perceba
as
relações de
concordância
nominal e
verbal e as
alterações necessárias ao
substituir
clorofila
por
clorofila
e
inhame.
De uns
tempos
para
cá, no
entanto, os
naturebas
começaram a
divulgar
que a
clorofila é
capaz de
operar
verdadeiro
milagre
também
nos corpinhos
que
não têm
caule,
folha e
frutos.
Ela limparia a
corrente
sangüínea, fortaleceria o
sistema
imunológico, revitalizaria o
cérebro,
diminuiria a
depressão, retardaria o
envelhecimento, evitaria a
ressaca e –
pasme –
até ajudaria
no
tratamento de
doenças
como o
câncer e a
AIDS.
(Veja, 10 ⁄ 04 ⁄ 2002, p. 73).
No
texto
acima,
substitua “clorofila”
por “clorofila
e
inhame” e
reescreva o
texto fazendo
as
adaptações
necessárias
em
outros
elementos do
texto.
Conclusões
Tivemos a
intenção de
levantar, neste
artigo,
algumas
questões a
respeito dos
PCN de
língua
portuguesa
para
mostrar
que muitas
críticas a
esse
material
são
precipitadas e
que as
idéias
apresentadas
nos
Parâmetros
não
são
tão
novas.
Autores
como Fávero &
Koch (1983), Luft (1997), Geraldi (1997), Perini (1985, 2000),
apenas
para
citar
alguns,
já sugerem uma
abordagem
mais
produtiva no
ensino de
língua
portuguesa há
muito
tempo e
certamente
influenciaram a
elaboração dos
PCN.
Pesquisas
por
todo o Brasil
mostram
como se pode
melhorar a
concepção dos
alunos a
respeito da
própria
língua e
diminuir o
preconceito
lingüístico,
com
atividades
simples,
que
privilegiam o
uso, a
reflexão, no
lugar de
apenas
dividir e
classificar
termos,
orações etc.
É
necessário
ainda,
entretanto,
discutir os PCN e
divulgar
seu
conteúdo,
motivando os
professores a
debater as
propostas e a
sugerir
atividades.
Afinal,
por
mais
que se
questione
sua
origem e
utilidade, os
PCN têm
como
principal
objetivo
fazer
com
que o
ensino
fundamental
forme
cidadãos, e
essa é a
finalidade
primeira de
todo
processo
educativo.
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