A CONSTRUÇÃO
OLHA SÓ
UMA ABORDAGEM SOCIOCOGNITIVA
Sandra Bernardo (UERJ e PUC-Rio
Pretendo,
nesta comunicação, especular sobre o status construcional de olha
só com base em Goldberg (1995) e Goldberg & Jackendoff (2004), a fim de
descrever a estrutura argumental do verbo olhar empregado como
sinalizador discursivo. Segundo Goldberg (1995), as extensões de sentido
observadas no emprego de verbos são possíveis porque os falantes armazenam
padrões construcionais e não informações sobre os itens lexicais
individualmente. No âmbito da Gramática das Construções, léxico, sintaxe e
semântica não são componentes separados. As construções, que especificam a
integração entre o verbo e os papéis dos participantes da cena discursiva, estão
associadas a conjuntos de sentidos relacionados e não a um sentido fixo. A
integração entre o papel de participante e o papel na estrutura argumental é
determinada por princípios que governam a estrutura dos enunciados. A ligação
entre os componentes sintático e semântico ocorre por transferência metafórica
de eventos encenados. Goldberg (1995) define construção como um par foma-sentido
<Fi, Si> em que
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