Escrita e
consciência metalinguística
o caso do português língua estrangeira
Paulo Osório
Ana Sofia Barbedo:
A escolha do processo de escrita prende-se com o facto de ser fundamental para o uso dos diferentes mecanismos e funcionalidades da língua. Assim, no acto de escrita, um aluno tem forçosamente de utilizar os conhecimentos gramaticais da língua em causa. Obviamente que este aspecto radica naquilo que defendemos enquanto espaço da gramática numa aula de língua: a gramática não é um fim em si mesma (como foi durante muitos anos, em que, não raro, o ensino da gramática ocupava uma maior dimensão do que o desenvolvimento de outras competências), mas um meio ao serviço de melhores produções textuais, tanto ao nível do oral, como do escrito. Deste modo, em contexto de PLNM há que convocar, nos alunos, no que respeita ao processo de ensino-aprendizagem da gramática, uma consciência metalinguística.
Em traços muito gerais, poder-se-á dizer que a visão por nós defendida (uma dinâmica processual) apoia-se em alguns princípios defendidos e preconizados pela Psicologia Cognitiva, mas está, essencialmente, ilustrada nas investigações efectuadas por Hayes e Flower (1981) e Bereiter e Scardamalia (1983). Segundo Hayes e Flower (1981), há processos mentais que intervêm no acto de escrita e que têm a ver com a memória de longo prazo do escrevente, por um lado e, por outro, com o contexto de produção desse mesmo acto. Dentro desta actividade processual, os autores apresentam três importantes subprocessos: a planificação, a redacção e a revisão.
O poster pretende ilustrar como esses subprocessos podem ser trabalhados na aula de PLE.
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