ESTIGMAS DA MEMÓRIA
– OS LAIS DE MARIE DE FRANCE

Maria Teixeira Martinho (USS)

 

A presença maciça e constante da mulher nos quadros artísticos atuais  resulta da evolução da consciência crítica da mulher em relação a si mesma, ao contexto, em busca do feminino autêntico, historicamente determinado pelo sentido, e nos faz indagar como essa arte feita por mulheres ocorre em tempos passados. Neste trabalho, pretendo refletir sobre a articulação dos elementos da memória como a grande catalisadora do discurso feminino. Mnemê —  a memória propriamente dita, a faculdade de conservar o passado —,  e mannesi — a reminiscência, a evocação desse passado—, se entrelaçam  para postular e representar doxamente a realidade através de metáforas e conceitos nos Lais da escritora medieval Marie de France, quando estigmas atuantes da memória feminina são registrados de maneira consciente ou inconsciente.  Atribuindo-se à memória a função de interiorizar o mundo por representações mentais, Marie deixa marcas textuais, pistas que, cognitivamente, denunciam um modo de ser e de ver o mundo.

 

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