Fontes do Latim Vulgar
Bruno Fregni
Bassetto (USP)
Maria Cristina Martins (UFRS)
O latim vulgar era uma língua falada, não havendo nenhum documento escrito só nessa variedade lingüística. Os gramáticos latinos o ignoram, a não ser em rápidas alusões, pouco esclarecedores. Por isso, a documentação de que dispomos é indireta, além de incoerente e incompleta, estando aí a maior dificuldade encontrada na reconstituição do latim vulgar. Só escreve quem aprendeu a fazê-lo e esse aprendizado, naturalmente, é calcado na norma culta. Assim, quem escreve, corrige, reduzindo ainda mais a possibilidade de serem documentadas as formas de fato usadas na fala corrente, mas muito importantes para a Filologia Românica, já que são a raiz das correspondentes nas línguas românicas. Mesmo assim, a reduzida cultura ortográfica, a distração, a negligência e até a busca de possíveis efeitos estilísticos do escrevente, nos legaram uma considerável quantidade de informações que permitem uma reconstituição razoável do latim vulgar falado.
O trabalho filológico de reconstituição do latim vulgar utiliza-se de fontes de diversos tipos, inscritas e escritas, além da criteriosa comparação dos dados fornecidos pelas línguas e dialetos românicos. Como fontes do latim vulgar, destacam-se as relacionadas a seguir:
INSCRIÇÕES POPULARES: a) Inscrições parietais; b) Tabellae defixionum; c) Inscrições tumulares
PAPIROS ANTIGOS
GRAMÁTICOS E MESTRES DE RETÓRICA
TRATADOS TÉCNICOS: a) Marcus Porcius Cato; b) Vitruvius Pollio; c) Tratado de Veterinária; d) Tratados de Culinária
RELATOS DE PEREGRINAÇÕES
TEXTOS LATINOS TARDIOS: Satyricon; Testamentum Porcelli; Tabelas Albertinas
TEXTOS CRISTÃOS
GLOSSÁRIOS: o Glossário de Reichenau; As Glossas de Kassel; O Glossário do Vaticano; Glossário Pseudo-Izidoriano; As Glossas Emilianenses; Os Hermeneumata (a- Herm. Montepsssulana, b- Herm. Monacensia, c- Herm. de Monza)
AS LÍNGUAS ROMÂNICAS
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