O discurso da inclusão
Elisa Mabel Vieira da Silva (UNITAU)
Uma das questões que vêm chamando a atenção de muitos é a questão da “inclusão”.
Estamos na era “includente”, incluir é a palavra de ordem na educação, na mídia, na sociedade de uma forma geral, o que deixa claro que todos admitem, sem que percebam, um grupo de pessoas à margem da sociedade, um grupo “diferente”, os “excluídos”, como se os primeiros fizessem parte de um outro bloco, daqueles “aceitos”, todos “inclusos”, “iguais”, “normais”.
Essa nova ordem do discurso suscitou a investigação do discurso de alguns professores da rede municipal de ensino interior do Rio de Janeiro, com o objetivo de analisar por que ora o discurso apresenta a inclusão como direito de todos os “portadores de necessidades especiais”, ora identifica-se tal discurso revestido por uma justificativa que tem como sustentação argumentativa a falta de preparo por parte de tais professores para trabalharem com esses alunos, até então, “excluídos”.
O estudo foi desenvolvido à luz das teorias da Análise do Discurso Francesa.
O resultado da pesquisa trouxe à tona o questionamento com base em várias teorias que serviram de aporte teórico para esse trabalho referentes às formações discursivas e ideológicas nas quais estão inseridos tais profissionais além da questão da contradição. Pôde-se, portanto, concluir que o sujeito sempre vai se representar a partir do lugar onde está inserido e sem que consiga controlar as contradições “escapolem” e pode-se, a partir delas, obter uma análise mais apurada de seus discursos.
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