Gafe e os fenômenos relacionados ao riso

Renata da Silva de Barcellos (CETOP-UFF)

 

gafe & riso

Primeiramente, cabe ressaltar que a partir da análise do corpus, da leitura de textos da linha Interacionista e das definições de gafe encontradas[1], consideramo-na como o surgimento de uma ação (constituída pela realização de atos de linguagem[2] e/ou de atos não linguageiros) involuntária, imprevista ou até mesmo intencional praticada por um dos participantes, mas inadequada à situação comunicativa, cuja conseqüência é a desestabilização do curso da interação e ameaçada à face do alvo.

Investigaremos, neste trabalho, o riso, enquanto liberação de energia (FREUD, 1930) para responder as seguintes questões: por que em alguns casos de gafe os participantes ratificados e/ou não-ratificados riem?; o riso é uma das causas da gafe?; há alguma ligação da gafe com os fenômenos relacionados a ele?

Após travarmos conhecimento com as opiniões de diversos autores acerca do assunto, dentre os quais: Freud (1930), Bérgson (1958) e Propp (1992), concluímos que o riso é algo próprio do homem. Isso se justifica pelo fato de somente ele possuir tal peculiaridade. Conforme Bérgson, o homem é “um animal que sabe e que faz rir” (1958). Assim, ele tanto pode emitir um riso, como também provocá-lo em alguém. E, ao observar o corpus, verificamos que essas duas possibilidades estão relacionadas ora ao fato de ser o responsável pelo surgimento da gafe, ora ao tratamento dado ao desvio cometido.

Quanto ao fato do riso ser o desencadeador da gafe, vejamos o exemplo da funkeira Tati Quebra-Barraco. No momento em que ela foi detida por dirigir nove meses sem a carteira, a reação da cantora foi rir. Um dia depois da reportagem (como foi citada nas páginas 52 e 53), o jornal O Globo publicou a seguinte nota com o título Ilegal e daí?: “O Brasil é o país do ilegal e daí?” Vejamos como ri a funkeira Tati na foto:

Nesta situação interlocutiva, o riso da funkeira antes da declaração foi o responsável por torná-la uma gafista. Ele indica que a cantora não se importa com a sua ação indevida, um delito cometido (dirigir sem carteira), e, conseqüentemente, considera a atuação da polícia sem importância. Podemos dizer, então, que neste caso o riso é umato cruel – de destruição” (PROPP, 1992:46), porque ela compromete a sua imagem com tal atitude e a dos policiais.

Depois da reflexão acerca do riso, examinaremos os fenômenos relacionados a ele (humor, chiste e cômico), a fim de ratificarmos a hipótese de que a gafe pode ser oriunda deles também. A distinção entre esses fenômenos ficará evidente no próximo tópico, em que as gafes serão analisadas conforme a relação que estabelecem com um deles.

 

Fenômenos relacionados ao riso

A partir da explanação anteriormente sobre o riso, constatamos que o homem ri no momento em que percebe algum tipo de desvio (e como a gafe é um deles, é comum o seu surgimento).

No que se refere aos fenômenos relacionados ao riso - o humor, o cômico e o espírito, o que em comum entre eles é o próprio riso. E a diferença é que cada um desses elementos é desencadeado por um processo diferente.

Observaremos, então, a seguir como cada um dos fenômenos relacionados ao riso, dependendo da forma como surgiram, pode configurar uma gafe. Vejamos:

 

Humor

Segundo Freud, o humor é “um meio de obter prazer, apesar dos afetos dolorosos que interferem com ele; atua como um substitutivo para a geração destes afetos, coloca-se no lugar deles” (Freud, 1930:242).

Com relação às espécies de humor, Freud diz que elas são “extraordinariamente variadas de acordo com a natureza da emoção economizada em favor do humor: compaixão, raiva, dor, ternura, etc”. Dessa forma, o homem faz humor a partir de qualquer tipo de problema que o aflija ou à sociedade em que vive. Assim, segundo o autor, o humor pode sercontra si mesmo ou contra o outro”. Portanto, através da “plaisanterie”, o homem manifesta o seu descontentamento, reage para atenuar a sua dor e dar a “volta por cima”. Entretanto, há casos em que a tentativa de utilização deste recurso é um fracasso e a sua conseqüência é a de a pessoa responsável pelo uso do humor se tornar um gafista, por causa do constrangimento provocado nos envolvidos. Diante dessas explanações e da observação do corpus, vejamos o seguinte exemplo em que o humor é uma das causas da gafe:

Durante um discurso, num evento de estudantes na Califórnia, John Kerry decidiu improvisar um determinado trecho:

– É ótimo estar aqui com universitários. Vocês sabem que, se aproveitarem bem a educação, se estudarem muito, se fizerem o seu dever de casa e se esforçarem para ser brilhantes, poderão se dar bem. Se não fizerem isso, acabarão atolados no Iraque. (O Globo 02/11/07)

Neste exemplo, verificamos que a tentativa de utilização do humor foi um fracasso, por causa da alusão aos soldados americanos que estão na guerra do Iraque. Sugerindo que estes militares estão por terem sido maus estudantes. Tal discurso foi considerado pelo presidente Bush e pelos americanos como um insulto, ou seja, uma gafe imperdoável. O incidente do senador Kerry teve conseqüências graves como o cancelamento de comícios de democratas e a transformação em alvo de ataques republicanos. Isto significa que ele teve a sua imagem destruída e comprometeu a dos militares na guerra. O que o levou a pedir desculpas pelo deslize cometido, no dia seguinte.

Diante dessas explanações, inferimos que por causa dos valores sociais instaurados, o locutor é considerado inconveniente, insensível e dissimulado por proceder de forma inadequada (no caso, ao querer fazer humor, agir de maneira inapropriada ao contexto, conteúdo ou identidade), tornando-se um gafista.

 

Chiste

Segundo Freud, o chiste é um efeito e a sua relação com o inconsciente é seu traço característico (1969). A partir dos exemplos encontrados no corpus, podemos dizer que ele é breve, podemos dizer que ele é breve, são tiradas rápidas.

Outro aspecto relevante é o fato de que o chiste requer o terceiro. Assim, é necessário que seja comunicado a um terceiro para que este o depreenda, e, conseqüentemente, proporcione-lhe prazer. De acordo com isso, o prazer do chiste “decorre do fato de se ter feito rir o outro” (Almeida, 1999:45), ou seja, um enunciado é classificado como chistoso quando aquele que escuta, percebe o chiste. Por outro lado, aquele que o elabora não pretendia realizá-lo (daí a sua origem do inconsciente). Entretanto, se o enunciado proferido causa constrangimento entre os participantes, ele engendra uma gafe. Por exemplo, a seguir sobre a tragédia no metrô de São Paulo (a cratera que engoliu vários veículos e transeuntes devido à um explosão para a expansão do percurso), em janeiro de 2007, em que houve 7 vítimas.

Ontem, numa coletiva sobre a tragédia no metrô de SP, os coleguinhas  perguntaram o nome do encarregado da obra. – Engenheiro Aragão – disse  um acessor do consórcio. Mas Aragão de quê?, quiseram saber. E um gaiato: “Renato Aragão” A gargalhada foi geral. (O Globo, 19/01/2007)

No enquadre entrevista sobre o acidente no metrô em SP, a situação estava tensa em virtude da gravidade do problema, que além de sete vítimas fatais, outras perderam seus bens (imóveis, automóveis, etc). Como até aquele momento a causa ainda não havia sido descoberta, fizeram uma coletiva a fim de esclarecer a população acerca da tragédia. No seu decorrer, ao dizer “Renato Aragão”, um participante não-ratificado é responsável pelo abrandamento da tensão, pois todos liberam a energia “negativa” com a alusão feita ao humorista. E isso faz com que o chiste se transforme numa gafe, por causa da sua inadequação. Devido à gravidade do assunto tratado, pelas normas sociais, não era permitida “brincadeira” naquela situação.

Por outro lado, às vezes, de uma situação harmoniosa surge um chiste que a desestabiliza. Vejamos o exemplo de Chico Buarque:

Durante um show, no Canecão, no Rio de Janeiro, uma fã animada soltou um “tesãooo” para Chico Buarque.

Chico pediu:

– tesão não, os meus netos estão na platéia. E emendou:

vovô viu a vulva?”

Depois, corou de vergonha. (O Globo. 16/01/07)

Na situação interlocutiva acima, verificamos que três aspectos no enunciado do cantorvovô viu a vulva”: primeiro, na tentativa de exemplificar para a um enunciado adequado para a platéia infantil. Segundo, a ilustração que é um chiste, sofreu uma troca de palavras do texto original (enunciado presente em cartilhas tradicionais) “vulva” no lugar de “uva” o que caracteriza um caso de ato falho ou lapso?. Terceiro, a troca de palavras gera constrangimento para os envolvidos por causa da referência ao órgão sexual feminino. O cantor torna-se então um gafista, por causa do chiste fracassado em função da palavra e por ficar implícito que a estaria sem calcinha e ele estivesse vendo a sua genitália.

 Como o chiste e a gafe têm em comum o fato de serem provenientes do inconsciente, às vezes, no desenrolar de uma interação, quando surge um chiste, dependendo do contexto, do conteúdo e da identidade dos envolvidos, ele pode ser responsável pelo surgimento, agravamento ou amenização de uma gafe devido ao seu caráter comprometedor.

 Enfim, cabe ressaltar também que além disso, constatamos que casos de sobreposição de fenômenos (como o anterior de Chico Buarque) em que a gafe é uma provocada por outros fenômenos discursivos presentes num único enunciado. Isso nos faz pensar que além do grupo de gafes verbais, não-verbais, paraverbais, interventivas e não-interventivas; há também o grupo das abertas (quando é um desdobramento de algum outro fenômeno, como os mencionados nesta parte) ou das fechadas ( ela é identificada, como no seguinte exemplo: na festa de lançamento da novela Paraíso Tropical, no Copacabana Palace, uma repórter portuguesa se dirige à atriz Beth Goulart e lhe pergunta:

– Você é uma mãe galinha?

Beth Goulart com os olhos arregalados ouve a explicação da repórter

– Aquela que coloca os filhos embaixo das asas.

– Ah, tá. Aqui galinha é outra coisa (risos). (O Globo, 05/03/2007)

No exemplo acima, verificamos que, ao ouvir a realização de um ato de linguagem direto (em forma de pergunta) “você é uma mãe galinha?” cujo efeito de sentido seria o de ofensa (o termo “galinha” utilizado neste contexto significa prostituta no Brasil), a atriz utiliza um recurso extralingüístico (arregalar os olhos) para demonstrar surpresa. Ao captar a força ilocutória desse ato (a de consternação), a repórter retoma a palavra para explicá-la “aquela que...”. Levando a atriz a intervir através de atos de linguagem (para declarar que o termo “galinha” tem outro sentido no português do Brasil) e de atos não linguageiros (risos) para atenuar a situação embaraçosa e salvar a sua face.

 

Cômico

Na obra Le rire, essai sur la significacion du comique (1958), Bérgson emprega a palavra cômico para designaraquilo de que se ri”. Para o autor, “aquilo” se reporta a alguém que se torna ridículo ao ser observado por um indivíduo, quando este percebe algum desvio na conduta de quem observa. E caso a ação inadequada praticada comprometer a face de alguém, o cômico se tornará um gafista.

 Quanto às modalidades de cômico, conforme o autor, há cinco: de formas, de gestos, de ação, de palavras, e de caráter. Vejamos, então, no exemplo a seguir, como numa interação (onde são realizadas ações consideradas cômicas) acontece uma gafe.

 Partindo-se do princípio de que o indivíduo tem conhecimento dos padrões de comportamento que a sociedade lhe impõe e esta espera que ele os adote, o cômico e seu efeito, de acordo com o grau de inconsciência, surgirão quando o indivíduo não adotá-los. E conforme for a natureza do desvio de comportamento, o riso pode ser suscitado e a face do cômico comprometida, configurando uma gafe. No seguinte exemplo, Cláudia Matarazzo relata um dos primeiros casamentos de um dos colegas de turma da faculdade na igreja Cruz Torta, em São Paulo.

no altar, o noivo não faz a menor questão de esconder o nervosismo.

Como se estivesse um pressentimento do que estaria por vir. O  nervoso aumentava à medida que o casamento prosseguia. E agora na hora das alianças. Cadê as alianças? Eduardo revira um bolso, revira o outro, pergunta para um padrinho, mexe aqui, ali e nada. Finalmente encontra, mas está tão aflito que as alianças foram parar no chão. Elas rolaram e foram parar no meio da igreja. Não para imaginar, mas eu juro que vi: duas dúzias de convidados rastejando entre os bancos por minutos intermináveis... Depois um cão resolveu brincar com a batina do padre, enrolando-se no tapete debaixo do altar. Muito constrangido dizia:”, Pituca! Fora, fora!”. Na hora dos cumprimentos, Eduardo não agüentou tanta emoção: acometido de uma inadiável dor de barriga... teve de entrar apressadamente na sacristia. (Matarazzo, 1996: 114)

No enquadre casamento, observamos que o comportamento de todos os participantes, principalmente, o do noivo, foge ao padrão instaurado socialmente. Surgindo assim várias situações inusitadas, começando pelas alianças que o noivo não as encontra, depois pela procura dos convidados, a presença de um animal na igreja brincando com a batina do padre e por fim a saída repentina do noivo na hora dos cumprimentos, deixando a noiva sozinha. Estas ações imprevistas são consideradas, então, cômicas. Muitas delas ocorreram em função da conduta do noivo, sendo responsáveis, portanto, pelo comprometimento da face dele e, por conseqüência, pela configuração de três gafes. Primeira, o esquecimento do lugar onde colocou as alianças. Segunda, o ato de deixá-las cair no chão da igreja. Terceira, a ida ao banheiro no meio dos cumprimentos dos convidados.

A partir do exposto, detectamos que os participantes presentes naquele enquadre vivenciaram um momento tenso, enquanto os participantes não-autorizados (presentes - viram a cena ou ausentes - foi relatado a eles) podem achar engraçado e rirem, porque as ações escapam do que se é esperado do contexto casamento na igreja.

Logo, podemos dizer que quando ações realizadas são extremamente incompatíveis com as normas de conduta de um determinado contexto, a ponto de comprometer a face, pelo menos, da pessoa considerada cômica, engendra-se uma gafe, tornando-se assim a cômica em uma gafista.

Enfim, após examinarmos exemplos de cada um desses fenômenos expostos acima, ratificamos a hipótese de haver uma relação deles com a gafe. Isto ocorre quando num desses fenômenos algum comprometimento da face dos envolvidos. E, a partir disso, fizemos outra constatação a respeito da constituição da gafe: há casos em que ela é uma conseqüência de algum outro fenômeno discursivo. Isso nos faz pensar que além do grupo de gafes verbais, não-verbais, paraverbais, interventivas e não-interventivas; há também o grupo das abertas (quando é um desdobramento de algum outro fenômeno, tais como os mencionados neste capítulo 4) ou das fechadas ( ela é identificada, ver exemplos das páginas 42- 49-77). Então, a partir do que desenvolvemos até o momento, chegamos a este esquema de tipos de gafe.

 

Conclusão

A partir da análise dos fenômenos relacionados ao riso e da gafe, à luz da Sociolingüística Interacionista, constatamos que se houver comprometimento da face, a gafe será caracterizada, provocando desarmonia na interação em curso.

 

Bibliografia

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[1] Goffman, um dos poucos autores a tratar essa questão, a considera comofontes de embaraços e dissonâncias que não estavam nos planos da pessoa responsável por eles e que seriam evitados se o indivíduo conhecesse de antemão as conseqüências de sua atividade” (1975:193). Claudia Matarazzo diz que se trata de “uma situação fora de contexto” (1996:13).

  Coelho ao defini-la comoum tipo de ameaça à face na qual a responsabilidade da pessoa cuja ‘’linha” adotada provoca a ameaça é nenhuma” (2002:79). Outro autor que discorreu sobre o assunto foi Vincent, definindo a gafe comoemissão de palavras que não poderiam ser ditas, mas que, infelizmente, o foram” (Vincent, Deshaies & Martel apud Laforest, 2003:156).

[2] Primeiramente, cabe dizer que adotamos o termo “linguagem” no lugar de “fala” porque analisaremos os diversos tipos de linguagem (verbal, não-verbal e paraverbal) para esta pesquisa, ou seja, não nos restringiremos a linguagem verbal “fala”. A teoria dos atos de linguagem surgiu no interior da Filosofia da Linguagem, no início dos anos sessenta, com os membros da Escola Analítica de Oxford – Austin, Searle, Strawson e outros. A partir da nova concepção de linguagem, enquanto forma de ação, o pioneiro Austin, desenvolveu a Teoria dos atos de fala, publicada, em 1962, no livro How to do Things with words. Mais tarde, Searle desenvolveu e aperfeiçoou o estudo e o funcionamento dos atos de linguagem na obra Speech acts, em 1969.