JOAQUIM MATTOSO CÂMARA JR.[1]
Carlos Eduardo Falcão Uchôa
(ILP do Liceu Literário Português e ABRAFIL)
OS ESTUDOS E A CARREIRA DE MATTOSO CÂMARA
Joaquim Mattoso Câmara Jr. era carioca, nascido a 13 de abril de 1904, tendo falecido também no Rio de Janeiro, a 4 de fevereiro de 1970.
Fez os seus estudos primários e secundários com professores particulares, submetendo-se ao regime de exames parcelados no Colégio Pedro II. Ao Professor Jônatas Serrano coube o principal encargo de orientar, nessa fase, os seus estudos, levando-o inclusive a colaborar muito cedo com poesias e traduções poéticas na Revista Social, dirigida por aquele educador.
Em 1927, Mattoso Câmara formou-se em Arquitetura pela Escola Nacional de Belas-Artes e, em 1932, concluía o curso de Direito pela então Universidade do Rio de Janeiro. Em 1926, através de concurso, obteve o cargo de desenhista da Inspetoria de Águas e Esgotos, cargo este que deixou em 1937, para se dedicar inteiramente ao magistério, em que se iniciara em 1928.
Para a sua formação de professor, fez cursos de aperfeiçoamento e especialização aqui e no estrangeiro. No Brasil, freqüentou o curso de Filologia Latina e Neolatina, em 1937, na antiga Universidade do Distrito Federal, com o Professor visitante, da Sorbonne, George Millardet. Em 1943, graças a uma bolsa de estudos concedida pela Fundação Rockfeller, participou, durante quase um ano, de vários cursos de especialização em Lingüística nos Estados Unidos da América do Norte.
Lendo o report que Mattoso Câmara redigiu a respeito de sua permanência nos Estados Unidos (14-9-1943 a 9-4-1944) é que se pode ficar sabendo do intenso plano de estudos que lá desenvolveu, de enorme relevância, evidentemente, para o seu aperfeiçoamento no campo da ciência lingüística.
Chegando aos Estados Unidos, o lingüista brasileiro matriculou-se na Universidade de Colúmbia (Nova Iorque), onde freqüentou cursos de Grego, Sânscrito, Línguas da África e Lingüística Comparada, este último com Jakobson. Na Universidade de Colúmbia, Mattoso Câmara conheceu ainda Louis Gray, que foi o responsável pelo plano de estudos que seguiria naquela Universidade. Na mesma época, assiste também a um outro curso de Jakobson sobre Lingüística Geral, ministrado na École Libre des Hautes Études.
Na biblioteca da Universidade de Colúmbia, ele se impõe um rígido programa de leituras. Dedica atenção especial a Jespersen, a Bühler, a Sapir e a Jakobson. No mesmo período, participa dos encontros do Círculo Lingüístico de Nova Iorque. Lá teve oportunidade de ouvir Bonfante, Swadesh e o próprio Jakobson. Freqüentava ainda a Universidade de Yale, onde esteve em contato com Bloomfield, considerado a maior figura da lingüística norte-americana na época.
Durante o mês de fevereiro de 1944, Mattoso Câmara faz um curso intensivo de Fonética Experimental no laboratório da Universidade de Chicago, sob a direção de Mr. Parmenter. E continuava aproveitando o tempo disponível para dar prosseguimento ao seu plano de leituras.
Finalmente, no mês de março, de volta a Nova Iorque, participa de um curso de Geografia Lingüística com Bonfante, na École Libre des Hautes Études.
Voltando ao Brasil, Mattoso Câmara fez o curso de doutorado em Letras Clássicas, na antiga Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, vindo a obter o título de Doutor em Letras em 1949, com a tese pioneiríssima Para o estudo da fonêmica portuguesa, aprovada com distinção.
Como professor, Mattoso Câmara iniciou-se no magistério secundário, prestando, em 1928, concurso de Português para o ensino profissional da então Prefeitura do Distrito Federal. Foi professor de Português e de Latim em várias escolas particulares do Rio de Janeiro e também professor suplementar de Português, durante alguns anos, no Colégio Pedro II. Já mais tarde, veio a ser professor de Expressão Oral e Escrita na Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica e professor de Português no Instituto Rio Branco, do Ministério das Relações Exteriores.
No ensino universitário, Mattoso Câmara principiou as suas atividades, em 1938, como professor de Lingüística e de Latim na antiga Universidade do Distrito Federal. No início de 1939, é extinta a Universidade do Distrito Federal e, em seu lugar, instalou-se no mesmo ano, a Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, em cujo currículo de Letras não se incluíra a Lingüística. Só a partir de 1948 é que Mattoso Câmara é convidado para professor regente de Lingüística na Faculdade Nacional de Filosofia, tornando-se, então, o pioneiro do ensino regular e ininterrupto de Lingüística no Brasil, tendo já, em 1942, sido responsável por um curso de extensão universitária, sobre Lingüística Geral, nesta mesma Faculdade. Durante muitos anos, este ficou sendo o único de Lingüística ministrado no Brasil, pois só em dezembro de 1962 o Conselho Federal de Educação estabeleceu que toda escola superior de Letras deveria incluir obrigatoriamente o ensino de Lingüística nos seus currículos, embora já em 1960 a Universidade do Paraná tenha passado a oferecer curso de Lingüística em sua programação e, no ano letivo de 1962, a então recém-criada Universidade de Brasília tenha igualmente colocado a Lingüística na sua organização curricular.
É na Faculdade Nacional de Filosofia que Mattoso Câmara obtém, em 1952, o titulo de Livre-Docente de Língua Portuguesa, com a tese Contribuição para uma estilística da língua portuguesa.
A carreira de Mattoso Câmara na Faculdade Nacional de Filosofia trouxe-lhe pesados dissabores. Apesar de sua correção como professor, sempre exaltada pelos seus alunos, apesar de, em pouco tempo, ter defendido teses pioneiras no doutoramento e na livre-docência, apesar do muito expressivo número de publicações com que, a cada passo, enriquecia a sua produção acadêmica, apesar de ser um nome que se projetava, crescentemente, no cenário internacional, Mattoso Câmara nunca conseguiu que a Lingüística se tornasse uma cátedra (morreu como professor adjunto), não participando, pois, da Congregação, sequer das reuniões departamentais. Exteriorizava o seu ressentimento em carta, de 31 de janeiro de 1966, que me enviou de Montevidéu, onde fora ministrar um curso, de um mês, no Instituto Lingüístico e, ao mesmo tempo, participar, durante uma semana, do Congresso da ALFAL, de que era presidente.
Por que esta resistência ao lingüista brasileiro? Eduardo Portela[2], que foi, nos anos 70, Diretor da Faculdade de Letras (desmembrada da Faculdade de Filosofia) da já então Universidade Federal do Rio de Janeiro, atribui ao pioneirismo de Mattoso Câmara esta reação a ele na Universidade onde fez sua carreira:
Suas aberturas teóricas e metodológicas colheram a universidade brasileira – sempre retardatária ou inerte – de surpresa. Se o surto provocado pelo novo ideário conseguiu abalar a sonolência reinante, a lição inovadora não encontrou a acolhida correspondente. O estudo das linguagens era uma contradança tranqüila que reunia de um lado a Gramática sobrevivente, e sempre prestigiada, e do outro lado a Filologia, gloriosa e fáustica, alçada ostensivamente à condição de carro-chefe das ‘ciências do espírito’. A instituição universitária, que patrocinava essa estranha contradança, foi para Mattoso Câmara a república do silêncio. Mas a sua ciência se impôs e a sua lição expandiu-se.
No ensino universitário particular, Mattoso Câmara foi professor de Lingüística e de Português da Universidade Católica de Petrópolis, de Lingüística da Associação Universitária Santa Úrsula e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Nos últimos anos, vinha ele participando do curso de mestrado instituído pelo setor lingüístico da Divisão de Antropologia do Museu Nacional do Rio de Janeiro, onde antes, aliás, já fora coordenador deste setor e professor do Curso de Introdução às Línguas Indígenas Brasileiras.
Além de ter ministrado um sem-número de cursos e palestras em várias universidades brasileiras, Mattoso Câmara lecionou também no exterior, tendo sido professor visitante em várias universidades, como nas de Washington, Georgetown e Lisboa.
Foi membro-fundador da Academia Brasileira de Filologia, sócio-correspondente da seção de Letras da Academia de Ciências de Lisboa, membro e conselheiro de inúmeras associações de Lingüística, Filologia e Antropologia, nacionais e estrangeiras. Ao falecer, era presidente da ALFAL (Associação de Lingüística e Filologia da América Latina).
Participou de um expressivo número de congressos, colóquios, institutos, seminários, quer no Brasil, quer no exterior, inclusive de dois dos Congressos Internacionais de Lingüística, o que lhe dava oportunidade de estar em contato freqüente com os grandes nomes da Lingüística contemporânea.
Uma vida toda consagrada ao estudo e ao trabalho, como a de Mattoso Câmara, não poderia ter, não obstante todas as contrariedades que sofreu em sua carreira universitária, mais expressiva consagração: a sua escolha (1967) para membro do Comitê Internacional Permanente de Lingüistas, reconhecimento inequívoco de seu valor e de seu prestígio mundial. A propósito desta sua eleição, dizia-me ele, com natural júbilo, em carta de 4 de setembro de 1967, de Bucareste, onde fora assistir ao Congresso Internacional de Lingüistas.
Da carreira de Mattoso Câmara, um traço há que não pode ser esquecido por todos os que foram seus alunos: o de ter sido um professor modelar até o fim de sua vida. Apesar do acervo de obras tão altamente representativo que nos deixou, ele se mostrou sempre exemplar em sua atividade docente. Assíduo, pontual, atento ao cumprimento dos programas elaborados, ministrava os cursos, com o mesmo grau de seriedade de início ao fim, procurando motivar suas aulas, mesmo as de assuntos mais áridos, o melhor possível, contagiando as turmas com um entusiasmo sempre presente (tão essencial ao dom de comunicar!), sendo, na verdade, um expositor oral a que poucos, muito poucos professores conseguirão igualar, pela fluência da expressão, pela clareza como transmitia os conceitos mais sutis, pelo senso didático, não lhe faltando nem mesmo uma suave sense of humour.
A OBRA DE MATTOSO CÂMARA
Se a carreira de Mattoso Câmara leva a marca do pioneirismo – iniciador do ensino regular de Lingüística entre nós – da obra que ele nos deixou já se pode dizer, com segurança, que ela representa um marco dos mais importantes na historia dos estudos lingüísticos no Brasil e mesmo na história dos estudos lingüísticos em língua portuguesa.
Não faremos aqui, evidentemente, uma apreciação pormenorizada da copiosíssima obra que Mattoso Câmara nos legou, quando teríamos de remontar a 1934, ano em que ele publica os seus primeiros artigos, sem assiná-los, no Correio da Manhã, para depois irmos acompanhando o aparecimento do seu impressionante elenco de trabalhos, até a publicação de obras póstumas, como Estrutura da língua portuguesa (1970), História da Lingüística (1975) e História e estrutura da língua portuguesa (1975). O que tentaremos, nestas poucas páginas, será apenas enfatizar as principais direções, ou centros de interesse, que assumiu esta profícua e respeitável produção acadêmica. Far-se-á, em suma, um relatório de caráter predominantemente expositivo dos setores principais da obra de Mattoso Câmara.
A primeira das direções a ser assinalada é a sua preocupação assídua pelos estudos e investigações no campo da teoria lingüística. “Em língua portuguesa é quem mais constante e percucientemente se tem lançado a esses estudos”, proclama Sílvio Elia no seu ensaio sobre Os estudos filológicos no Brasil.[3]
Em 1941 (com uma reimpressão em 1942), lança Mattoso Câmara a primeira edição dos seus consagrados Princípios de lingüística geral, primeiro compêndio de teoria lingüística publicado em língua portuguesa, que, através de edições sucessivas, sempre refundidas, desempenhou um papel sobremodo relevante no início e na progressão do estudo científico da linguagem entre nós. Escrevendo o prefácio desta obra, em 1941, Sousa da Silveira definia muito bem o propósito fundamental dela: “A leitura atenta do livro do Professor Mattoso Câmara porá ordem dentro de muito cérebro, onde as noções lingüísticas ainda se aglomeram confusamente”. Deste bem sucedido livro de Mattoso Câmara disse Eugenio Coseriu, o notável professor da Universidade de Tübingen (Alemanha), sem dúvida um dos lingüistas mais lúcidos da atualidade: “desde a segunda edição (Rio, 1954) tornou-se (os PLG) o melhor manual de introdução à Lingüística até então publicado em país latino”.
E depois acrescenta:
Baseado em sólida informação, esse livro mantém um inteligente balanço entre a lingüística tradicional e a estrutural e, dentro desta última, entre o estruturalismo europeu e o norte-americano, o que parece ser muito razoável para um manual de caráter introdutório.[4]
Mas a preocupação de Mattoso Câmara pelos estudos de teoria lingüística longe está de se ter limitado aos Princípios. Ela se fez sentir, mais expressivamente, na sua atividade incansável de tradutor, quando procurava pôr ao alcance dos leitores de língua portuguesa obras e artigos de importância dentro do desenvolvimento dos estudos lingüísticos pelo mundo.
Assim é que antes da publicação dos Princípios, Mattoso Câmara já traduzira, em 1938, a extraordinária obra do lingüista norte-americano Edward Sapir – A linguagem. Introdução ao estudo da fala, convencido naturalmente “da suma importância de uma obra, em que foram traçadas linhas novas de interpretação e pesquisa e de que parte um movimento teórico de singular relevo nos quadros do pensamento contemporâneo”.[5]
Contudo, a tradução de A linguagem de Sapir, por dificuldades editoriais, só veio a lume em 1954. É digno de nota que, já na década de 30, Mattoso Câmara quisesse chamar a atenção para esta obra de Sapir, o qual, a um tempo antropólogo, lingüista de campo e indo-europeísta, se propunha a dar uma visão de conjunto da linguagem e suas relações com outros interesses humanos básicos, quando aqui no Brasil, com as sempre honrosas exceções, como as de Said Ali e Sousa da Silveira, entre outras, ainda estávamos sob o domínio de uma gramatiquice que se punha a condenar isto e aquilo, de acordo com o capricho pessoal desta ou daquela autoridade.
De Sapir, Mattoso Câmara ainda traduziu uma série de artigos que reuniu num volume intitulado Lingüística como ciência (1961), “a fim de fornecer ao público brasileiro uma informação mais plena sobre a maneira por que Sapir encara o fenômeno da linguagem e sobre as suas contribuições à lingüística de nossos dias”.[6] Procurou, assim, Mattoso Câmara divulgar ao máximo o pensamento sapiriano entre nós. Nos prefácios, muito elucidativos, das duas obas citadas, ele não esconde a sua admiração pela orientação lingüística do grande mestre americano, quando, por exemplo, declara expressamente, num confronto sucinto entre a obra de Sapir e a de Bloomfield:
Um pouco posto à margem alguns anos atrás, pela absorvente influência de Bloomfield, cuja obra representa um muito mais cômodo ponto de partida para a disciplinização da pesquisa e sua apresentação interpretativa, a figura de Sapir tem vindo crescendo no pensamento lingüístico norte-americano, que graças a ele se orienta para uma compreensão generosa e humanística da ciência da linguagem, entrosada numa ampla ciência do homem e da cultura.[7]
Outro lingüista que teve uma série de artigos traduzidos por Mattoso Câmara, englobados num volume, foi Roman Jakobson, seu antigo professor em Nova Iorque. Fonema e fonologia (1967) ficou sendo o nome deste conjunto de ensaios de uma das figuras mais destacadas do famoso Círculo Lingüístico de Praga, e que radicou, desde 1943, nos Estados Unidos da América. Com este volume, Mattoso Câmara, mais uma vez, mostrava a sua preocupação em divulgar artigos de teoria lingüística – aqui sobre assuntos fonológicos, campo em que tanto se deve às investigações de Jakobson – que considerava de particular interesse para os estudiosos brasileiros, o que vale dizer, para o progresso da Lingüística no Brasil.
Outra obra de teoria lingüística que Mattoso Câmara traduziu, num trabalho dos mais árduos, mas que infelizmente não pôde ser publicada, por se terem extraviado os originais numa editora em São Paulo, foi o clássico e volumoso (mais de 400 páginas!) Language, its nature, development and origin, do lingüista dinamarquês Otto Jespersen, cuja 1.ª edição é de 1922.
A segunda importante direção a ser destacada na obra de Mattoso Câmara é a sua preocupação, diríamos constante, pelos estudos referentes à língua portuguesa.
Nestes estudos, a grande e pioneira contribuição do lingüista brasileiro foi a de descrever a língua com o referencial teórico estruturalista. Em 1953, publica o Para o estudo da fonêmica portuguesa, o primeiro trabalho de orientação estruturalista em relação à nossa língua por um autor de língua portuguesa.
Mas a obra descritiva de Mattoso Câmara se amplia com o seu propósito de renovar a orientação doutrinária e metodológica dos estudos gramaticais entre nós. Assim, escreve (1956) um Dicionário de fatos gramaticais que, a partir da 2ª edição (1964), passou a chamar-se Dicionário de filologia e gramática, com o subtítulo Referente à língua portuguesa, visando, como ele próprio diz, a uma divulgação de conhecimentos doutrinários, à luz da lingüística contemporânea [a estrutural] com o fim de, com base neles, fazer compreender a nossa língua em sua estrutura, em seu funcionamento e em sua história.
O trabalho, sem dúvida, que representa como o coroamento da sua visão estrutural do português, tanto sincrônico quanto diacrônica, é The Portuguese Language, publicado em 1972, em tradução de Anthony J. Naro, editado a seguir (1975) em português com o título História e estrutura da língua portuguesa. Esta obra, elaborada entre os anos de 1963 e 1965, é anterior, pois, aos Problemas de lingüística descritiva (1969) e à póstuma e inacabada Estrutura da língua portuguesa (1970).
Mattoso Câmara escreve ainda vários artigos de descrição do português, sobretudo nos campos da Fonologia e da Morfologia, do maior interesse, que vão citados na bibliografia dele levantada, alguns selecionados para integrarem a presente obra.
A terceira importante direção que ressaltaríamos na obra de Mattoso Câmara é o seu gosto pelos estudos estilísticos.
Num campo ainda de escassos trabalhos entre nós, o grande lingüista brasileiro publicou, desde os anos 40, trabalhos de inegável relevância, a começar por Contribuição à estilística portuguesa (1953), em que, numa parte inicial, apresenta a sua própria conceituação de Estilística – fundamentalmente a de Charles Bally – para depois apreciar alguns aspectos da estilística portuguesa. Aliás, sobre o seu conceito de estilo, ele escreveu para a revista Vozes (1961),[8] um artigo, Considerações sobre o estilo, que integrará esta obra, procurando tornar mais claro o seu pensamento a respeito desse assunto, quando faz o “desbaste de certas confusões, explícitas ou implícitas, em muito do que se tem dito e escrito ultimamente a respeito do estilo e da disciplina correspondente da estilística”. Para Mattoso Câmara, o “discurso”, sendo “a enunciação vocal integralmente considerada”, não se pode ser associada, “longe sequer”, como querem alguns, com o “estilo”. Este “também pertence à língua, pois é um sistema simbólico que transponta do discurso. Em que se distingue então da “língua” considerada por Saussure”? Para ele, esta resposta está “na conceituação das funções essenciais da linguagem”, firmadas por Karl Bühler. “A solução para introduzir os elementos emocionais no sistema intelectivo da língua é que está na base do estilo, em última análise”.
Chega-se assim à conclusão de que se deve caracterizar o estilo – não pelo contraste individual em face do que é coletivo, mas sim pelo contraste emocional em face do que é intelectivo.
O papel da estilística é depreender todos os processos lingüísticos que permitem a atuação da manifestação psíquica e do apelo dentro da linguagem intelectiva.
Mas a contribuição de Mattoso Câmara aos estudos estilísticos não parou aí. Em 1956, com Uma forma verbal portuguesa, tece vários comentários, de ordem estilística, não só sobre a forma em –ria, como sobre as categorias verbais de tempo e modo em português. Em 1962, ele publica Ensaios machadianos, quando reúne alguns trabalhos já estampados em revistas e miscelâneas em que colaborava, além de A gíria em Machado de Assis, ainda inédito. Machado foi o autor por ele escolhido para quase todos os seus estudos sobre Estilística. Conforme diz o autor no prefácio, procurou ele
explorar as possibilidades que oferece a obra machadiana a uma crítica assente no exame técnico da linguagem. Embora não ache que a crítica literária se deva resumir num tal exame, considero-o imprescindível como a base concreta que impedirá julgamentos subjetivos, caprichosos e até gratuitos, a que conduz a divagação impressionística.
Com o seu artigo sobre O estilo indireto livre em Machado de Assis, publicado em 1941, foi, parece, o primeiro estudioso da linguagem entre nós a desenvolver breve análise sobre este recurso de estilo, tão amplamente utilizado na moderna narrativa literária.
A quarta direção que enfatizaríamos em relação à obra de Mattoso Câmara, sempre empolgado pelos grandes problemas da Lingüística, é o seu interesse pela história das idéias lingüísticas, não tendo, neste campo, deixado de se ocupar, de modo especial, dos estudos lingüísticos realizados no Brasil.
Mattoso Câmara chegou a escrever uma História da Lingüística em inglês, como fruto de sua experiência docente na Universidade de Washington, em 1962. Em vida, relata Francisco Gomes de Matos, que redigiu a Apresentação desta obra na sua tradução para o português, ele sempre manifestou interesse de “redigir um texto em português com base na sua formulação original em língua inglesa: infelizmente, a multiplicidade de compromissos assumidos e seu desaparecimento prematuro em 1970 impediram-no de fazer cumprir esse objetivo altamente meritório”.
Em 1975, a editora Vozes, a que Mattoso Câmara esteve tão ligado profissional e afetivamente, publica este texto, com tradução de Maria do Amparo Barbosa de Azevedo. A obra foi um bem sucedido esforço de compreensão crítica do estudo da linguagem, desde a sua remota origem grega até as mais recentes manifestações norte-americanas dos fins dos anos 50.
Mattoso Câmara escreveu ainda ensaios ou crônicas sobre correntes lingüísticas (como a glotocronologia e o estruturalismo), sobre lingüistas (como Jespersen, Jakobson, Said Ali...), sobre o panorama de estudos de um país (como o sobre A Lingüística Brasileira) e um sem-número de resenhas ou recensões críticas de obras de lingüistas de várias nacionalidades (brasileiros também). Esta parte de sua bibliografia exerceu, nas décadas de 40, 50 e 60, um importante papel para a difusão, entre nós, de idéias em voga no campo do estudo da linguagem, divulgadas através do filtro crítico de um lingüista atualizado e sagaz.
Na crônica lingüística dedicada a seu antigo mestre, Roman Jakobson, diz Mattoso Câmara: “é justo que se aproveitem todas as oportunidades de ressaltar as contribuições, para a consolidação, aprimoramento e renovação da ciência da linguagem, trazidas, por lingüistas do nosso tempo, entre os quais aquele de quem tratamos, é sem sombra de contestação um dos mais valiosos”.
Dentro do seu interesse pela história da lingüística, é digno de registro o ensaio que escreveu sobre o Estruturalismo lingüístico, quando nos dá uma breve visão dos “vários estruturalismos”. Na conclusão do referido ensaio, ele justifica a possibilidade de existência desses “vários estruturalismos”:
Como o estruturalismo não é tão-somente um método ou mesmo uma doutrina, pudemos encontrá-lo com métodos muito diversos e sob doutrinas muito variadas no rápido e despretensioso caleidoscópio, que foi esta comunicação, circunscrita àqueles aspectos e escolas do estruturalismo com que o autor da comunicação está bem familiarizado.
Como é, antes de tudo, um ponto de vista epistemológico, estende-se contemporaneamente a todas as áreas de conhecimento humano. Nele se manifesta uma feição do nosso tempo que vai das ciências físicas à arte.[9]
E este ponto de vista epistemológico, já o próprio Mattoso Câmara antes o definiria no mesmo ensaio: “Decorre do pressuposto de que não há fatos isolados passíveis de conhecimento, porque toda significação resulta de uma relação”.[10]
Conforme atrás ficou dito, Mattoso Câmara se ocupou, de modo especial, dos estudos lingüísticos realizados no Brasil. Num artigo dedicado a João Ribeiro (1961), inserto nesta obra, dizia-nos lúcida e incisamente, na época, sobre a necessidade de se considerar o que foi feito, entre nós, no passado em confronto com o pensamento lingüístico dos inícios dos anos de 1960: “Os estudos lingüísticos se acham no Brasil numa encruzilhada, prontos para tomar um caminho novo, e vários trabalhos que estão surgindo fazem-nos muito esperar do futuro”. [11]
E em seguida:
Ora, num momento desses é que se faz particularmente importante uma tomada de consciência em relação aos nosso antecessores. Impõe-se um balanço do que eles pensaram, onde erraram ou ao contrário se aproximavam da verdade, quando viram certo e claramente o disseram, ou, pelo menos, o deixaram entrever numa formulação vaga ou insuficiente embora. Só assim se conseguirá engrenar o pensamento atual com o passado, condição precípua para desenvolvermos uma ciência lingüística bem plantada em nosso meio e sem maior solução de continuidade no tempo, o que é, por sua vez, imperativo para não cairmos num arremedo do pensamento doutrinário estrangeiro, elaborado na base de outras línguas, de outras experiências lingüísticas ou mesmo de uma filosofia da linguagem que (como, por exemplo, a do behaviorismo de Bloomfield) não se coaduna com a nossa vivência nesse particular.
Mattoso Câmara, ao procurar fornecer subsídios para uma história das idéias lingüísticas entre nós, sobretudo no século XX, não só apreciou em artigos a contribuição da obra de mestres como João Ribeiro, Said Ali e Antenor Nascentes, como chegou mesmo a escrever elucidativos ensaios sobre os estudos lingüísticos no Brasil.
O primeiro destes ensaios, Comunicação feita ao VI Colóquio Internacional Luso-Brasileiro, realizado em 1966 nos Estados Unidos da América, dedicou-se aos Estudos de português no Brasil. Para este relatório crítico-expositivo, Mattoso Câmara dividiu a história dos estudos lingüísticos no Brasil em dois grandes períodos, um passado e outro presente, com o inicio daquele sendo fixado já na última parte do século XIX, com “a implantação da ciência da linguagem em Portugal, com a obra pioneiro de Adolfo Coelho”, prolongando-se até o fim da quarta década do século passado.
Em ambos os períodos propostos, o autor nota “certos centros comuns de maior interesse”, quais sejam, a norma da língua literária, a teoria gramatical, a pesquisa filológica, os estudos fonéticos e os estudos dialetológicos. E conclui:
Parece compensador distribuir o nosso estudo nesses cinco tópicos, para depreender até que ponto mudou em cada um a orientação doutrinária e a técnica de trabalho. Tal exame crítico nos levará, finalmente, a pôr em foco os três pontos cruciais da problemática lingüística no Brasil. Primeiro, a posição da língua literária em face da língua popular. Em seguida, a complexa e palpitante questão da unidade da língua portuguesa, de um e de outro lado do Atlântico. Finalmente, na dependência íntima das conclusões daí decorrentes, as linhas diretrizes por que se deve pautar o estudo da língua materna no Brasil.[12]
Aliás, sobre o ensino de Português, em Portugal e no Brasil, Mattoso Câmara trata mais detidamente numa outra comunicação, Os estudos da língua portuguesa em Portugal e no Brasil, feita durante o Simpósio de Bloomington (1964),[13] realizado pelo Programa Interamericano de Lingüística e Ensino de Línguas.
Um outro ensaio de Mattoso Câmara sobre os estudos lingüísticos no Brasil é Brazilian linguistics, que integra Current trends in linguistics (Mouton, 1968). O aludido trabalho começa por um background em que o autor assinala que a maior preocupação dos scholars brasileiros está voltada para as investigações sobre a língua portuguesa, com base em três campos principais de interesse: história e filologia da língua, pesquisas dialetológicas e o problema do estabelecimento de uma língua-padrão. Em seguida, faz um apanhado crítico sobre cada um dos seguintes assuntos: lingüística geral, lingüística descritiva portuguesa, lingüística românica, estudo histórico do português, dialetologia, filologia, estilística, técnica do verso, filologia clássica e lexicografia.
A quinta direção, enfim, que, a nosso ver, merece ser destacada em relação à obra de Mattoso Câmara, é o seu interesse pelas línguas indígenas brasileiras.
Neste campo de investigação e produção, não há dúvida de que foi relevante a oportunidade que ele teve de trabalhar na Divisão de Antropologia do Museu Nacional do Rio de Janeiro, além, naturalmente, da forte influência recebida da escola lingüística norte-americana – sobretudo através de Sapir – a qual, com a sua concepção antropológica da lingüística, incorporou justamente nesta o exame das línguas indígenas da América do Norte. A obra marcante de Mattoso Câmara e que, por assim dizer, quase que condensa tudo o que de mais relevante o autor pesquisou sobre o assunto, é, inegavelmente, a Introdução às línguas indígenas brasileira (1965), livro que reúne as palestras (ao todo dez) por ele ministradas em, 1960, num curso para estudantes de antropologia no próprio Museu Nacional.
Na quinta palestra, a partir da qual começa a focalizar propriamente as línguas indígenas, enfatiza que
Devemos, portanto, partir do pressuposto de em qualquer pesquisa de uma língua indígena não vamos encontrar nada de extraordinário, nada de sobrenatural. Vamos encontrar o fenômeno lingüístico urbe et orbe, uma estrutura lingüística como qualquer outra e em muita coisa até, possivelmente, semelhante à nossa. Assim preparados psicologicamente, podemos melhor fazer a pesquisa, e a lingüística nos poderá fornecer certos quadros gerais que a facilitarão.[14]
Nas duas palestras seguintes, procura fazer um levantamento crítico das principais contribuições para o conhecimento das línguas indígenas brasileiras. Na oitava palestra, aprecia os trabalhos mais recentes, na época, sobre as línguas indígenas do Brasil, “em que houve uma mudança apreciável de orientação”. Por fim, as duas últimas palestras são destinadas ao problema da classificação das nossas línguas indígenas – o desenvolvimento dessas classificações e a possibilidade de novos métodos classificatórios.
BIBLIOGRAFIA DE MATTOSO CÂMARA JR.
(em ordem alfabética)
1. A análise literária (súmula). In: Littera, Rio de Janeiro, Grifo, 1 (2): 93-8, 1971. Obs: Súmula, até então inédita, de uma aula proferida por Mattoso Câmara, em 1960, nos Cursos de Aperfeiçoamento de Ensino Comercial do MEC.
2. A coroa de Rubião. In: Revista do Livro, Rio de Janeiro, INL, 2 (8): 105-9, 1957.
3. A língua literária. In: A literatura no Brasil. Direção de Afrânio Coutinho, Rio de Janeiro, Editorial Sul-América S/A, 1 (1): 101-11, 1955.
4. A locução “A olhos vistos”. In: Miscelânea Filológica em Honra à Memória do Professor Clóvis Monteiro. Rio de Janeiro, Editora do Professor, 1965. p. 103-5.
5. A note on Portuguese noun morphology. In: Tor honor Roman Jakobson – Essays on the occasion of his seventieth birthday, The Hague, Mouton, 1967, p. 1311-4.
6. A obra lingüística de Curt Nimuendaju, Museu Nacional, Rio de Janeiro, 1959. (publicações Avulsas, 29).
7. A pronúncia “espírita”. In: O Contador (órgão dos alunos da Escola Amaro Cavalcanti). Rio de Janeiro, número especial de junho/1936.
8. A pronúncia do latim. In Revista de Cultura, Rio de Janeiro, 16 (185(: 264-6, 1942.
9. À propos d’un vulgarisme du portugais du Brésil. In: Omagiu lui Alexandru Rosetti, la 70 de ani, Bucaresti, Editura Academiei Republicii Socialiste România, p. 543-5, 1965.
10. A rima na poesia brasileira. In: Anais do Congresso Brasileiro de Língua Vernácula, Rio de Janeiro, Casa de Rui Barbosa, 1: 298-333, 1949.
11. Alguns radicais Jê. Museu Nacional, Rio de Janeiro, 1959. (Publicações Avulsas, 28).
12. Antenor Nascentes e a filologia brasileira. In: Vozes, Petrópolis, 60 (6): 459-62, 1966.
13. Apêndice à gramática, 4ª série ginasial e 1ª série colegial. Rio de Janeiro, F. Briguiet, 1954. Obs.: Trata-se de noções sucintas de história da língua, como complemento aos dois volumes de Gramática, que fazem parte, por sua vez, do Curso da língua pátria, escrito por Mattoso Câmara Jr. em colaboração com Rocha Lima, este responsável pelos dois volumes de Antologia, que integram o mesmo Curso.
14. As idéias gramaticais de João Ribeiro. In: Letras, Universidade do Paraná, (12): 22-35, 1961.
15. Bibliografia: Rocha Lima – Anotações a textos errados. In: Revista de Cultura, Rio de Janeiro, 17 (194-195): 140, 1943.
16. Bibliografia: Serafim da Silva Neto, Manual de gramática histórica portuguesa. In: Revista de Cultura, Rio de Janeiro, 16 (186): 327, 1942.
17. Brazilian linguistics. In: Current Trends in Linguistics, The Hague, Mouton, 4: 229-247, 1968. Obs.: Traduzido para o português (“A Lingüística Brasileira”) em Tendências atuais da Lingüística e da Filologia no Brasil (Org. de Anthony J. Naro), Rio de Janeiro, 1976, p. 47-66.
18. Cão e cachorro no Quincas Borba de Machado de Assis. In: Revista de Cultura, Rio de Janeiro, 15 (174): 298-302; 15 (175): 56-8 e 15 (176): 72-6, 1941.
19. Carta a Paiva Boléo, a propósito da Nomenclatura Gramatical Portuguesa. In: II Congresso Brasileiro de Língua e Literatura, Rio de Janeiro, Edições Gernasa, 1971. p. 33-7. Obs.: carta, até então inédita, datada de 24/5/1965.
20. Carta aberta a José Simão Leal (a pedidos). In: Diário de Noticias, 07/06/1955.
21. Carta ao Professor Sílvio Elia. In: Revista de Cultura, Rio de Janeiro, 16 (187): 60-1, 1942.
22. Carta ao vereador Romeno Zander (a propósito do projeto que exigia o nome de língua brasileira nos livros didáticos). In: Atas da Câmara Municipal (ata de 18/7/1935).
23. Carta dos Estados Unidos. In: Revista de Cultura, Rio de Janeiro, 18 (206): 66-7, 1944.
24. Classificação das línguas indígenas do Brasil. In: Letras, Universidade do Paraná, (10): 56-66, 1959.
25. Comentários do co-relator J. Mattoso Câmara Jr. ao relatório de Aryon dall’Igna Rodrigues, Revista de antropologia, São Paulo, 11: 17-19, 1963.
26. Considerações sobre o estilo. In: Vozes, Petrópolis, 55 (11): 823-9, 1961. Obs.: O texto inicial deste artigo (aula proferida por Mattoso Câmara Jr., em 1960, nos Cursos de Aperfeiçoamento de Ensino Comercial do MEC) aparece transcrito na revista Littera, Rio de Janeiro, Grifo, 1 (2): 87-92, 1971.
27. Considerações sobre o gênero em português. In: Estudos Lingüísticos (Revista Brasileira de Lingüística Teórica e Aplicada), São Paulo, Centro de Lingüística Aplicada, 1 (12): 1-9, 1966.
28. Contribuição para uma estilística da língua portuguesa. Tese apresentada à Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil para a livre-docência da Língua Portuguesa, Rio de Janeiro, 1952. Obs.: Na oportunidade, o autor fez uma pequena edição de 150 exemplares. Em 1953, com o título Contribuição à estilística portuguesa, sai, ‘revista e um pouco ampliada”, a 2ª edição desta obra, pela Organização Simões, Rio de Janeiro (Coleção Rex).
29. Crônica lingüística: A Conferência de Indiana entre antropólogos e lingüistas. In: Revista Brasileira de Filologia, Rio de Janeiro, Livraria Acadêmica, 1 (2): 187-95, 1955.
30. Crônica lingüística: glotocronologia e estatística léxica. In: Revista Brasileira de Filologia, Rio de Janeiro, Livraria Acadêmica, 5 91-2): 209-15, 1959-1960.
31. Crônica lingüística: O Sexto Congresso, Internacional de Lingüística. In: Revista Brasileira de Filologia, Rio de Janeiro, Livraria Acadêmica, 1 (1): 53-9, 1955.
32. Crônica lingüística: Roman Jakobson. In. Revista Brasileira de Filologia, Rio de Janeiro, Livraria acadêmica, 2 (1): 55-64, 1956.
33. Da Mofina Mendes ao Padre Mendes. In: Verbum, Rio de Janeiro, Universidade Católica do Rio de Janeiro, 4 (10): 503-506, 1953.
34. Da natureza das línguas indígenas. In: Revista de Letras, Assis, da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Assis, (3): 17-29, 1962. Obs.: Tal artigo reaparecerá, com ligeiras alterações, como o capítulo 5 da obra Introdução às línguas indígenas brasileiras, Rio de Janeiro, 1965. O próprio título sofre pequena modificação: passa a ser Em que se caracterizam as línguas indígenas?
35. Dicionário de fatos gramaticais. MEC, Casa de Rui Barbosa, Rio de Janeiro, 1956. (Coleção de Estudos Filológicos). Obs.: Em 1964, com o título de Dicionário de filologia e gramática e com o subtítulo Referente à língua portuguesa, sai, com “uma revisão cabal”, a 2ª edição desta obra (J. Ozon Editor). Revisto e aumentado, o Dicionário alcançou a 3ª edição, J. Ozon Editor (1969), última versão da obra, de responsabilidade do autor.
36. Discurso de paraninfo na Faculdade Nacional de Filologia. In: Revista de Cultura, Rio de Janeiro, 21 (243): 103-13, 1956.
37. Discurso de paraninfo. In: Traço de União, órgão das alunas do Colégio jacobina, Rio de Janeiro, (1), 1950.
38. Discurso na sessão de encerramento do 1° Simpósio Luso-Brasileiro sobre a Língua Portuguesa Contemporânea. In: Actas, Coimbra, 1968. p. 313-15.
39. Dispersos de J. Mattoso Câmara Jr. Seleção e introdução de Carlos Eduardo Falcão Uchoa. Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, 1972. Obs.: A obra teve uma 2ª tiragem ou edição (1975), idêntica à 1ª, com nova capa, e uma nova edição revista e ampliada, em 2004, pela Editora Lucerna.
40. Do estudo tipológico em listas de vocábulos indígenas brasileiros. In: Revista de Antropologia, Universidade de São Paulo, 7 (1-2): 23-30, 1959.
41. Duas palavras acima. Apresentação do livro de Madre Olívia: Nova análise semântica. J. Ozon Editor, 1970. p. 7-9.
42. Edward Sapir: Lingüística como ciência: ensaios. Seleção – Tradução – Notas por... Rio de Janeiro, Livraria Acadêmica, 1961. (Coleção Filologia e Lingüística).
43. Ele comme um accusatif dans lê Portugais du Brésil. In: Miscelânea Homenage a André Martinet. Estruturalismo y História, Canárias, Univ. de la Laguna, 1: 39-46, 1957.
44. Elementos da língua pátria, 1ª série, 2ª série, 3ª série. Rio de Janeiro, F. Briguiet, 1936 e 1938. . Obs.: Na primeira edição, de 1935, o volume correspondente à 1ª série se chamou Elementos de português.
45. Elements of English, 1ª série. 2ª série, 3ª série. De colaboração com Carlos Ramos. Rio de Janeiro, F. Briguiet, 1935-1938.
46. Ensaios machadianos (Língua e estilo). Rio de Janeiro, Livraria Acadêmica, 1962 (Rumos). Obs.: Nestes Ensaios, o autor reuniu alguns trabalhos já publicados em revistas e miscelâneas, e mais A gíria em Machado de Assis, ainda inédito.
47. Entrevista sobre a nova nomenclatura gramatical a Zuenir Carlos Ventura. In: Tribuna da Imprensa (tablóide), 25/06/1959.
48. Erros escolares como sintomas de tendências lingüísticas no português do Rio de Janeiro. In: Romanistiches Jahrbuch, Hamburgo, (8): 279-86, 1957.
49. Estrutura da língua portuguesa. Petrópolis, Editora Vozes, 1970. Obs.: Obra inacabada, de edição póstuma.
50. Europäische Sprachen in Übersee: Das brasilianische Portugiesisch. In: Archiv für das Studium der neueren Sprachen und Literaturen, 200 (5): 321-37, dez. 1963. Obs.: Palestra pronunciada no Seminário Românico da Universidade de Bonn em maio de 1963. Em 1965, é publicado na Revista do Livro (“Línguas européias de ultramar: o português do Brasil”), Rio de Janeiro, INL, 8 (27-28): 107-18.
51. Filologia. In: Manual bibliográfico de estudos brasileiros (dirigido por William Berrien e Rubens Borba de Morais), Rio de Janeiro, Gráfica Editora Souza, 1949. p. 257-84.
52. Gonçalves Viana and the phonic sciences. In: For Roman Jakobson on his Sixtieth Birthday, The Hague, Mouton & Cia., 1956, p. 328-31 (texto baseado no segundo capítulo da tese de doutoramento do autor, 1949). Transcrito em Confluência, Rio de Janeiro, 23: 45-51, 2002.
53. Gramática, em Curso da língua pátria, 1. e 2. séries ginasiais (em colaboração com Rocha Lima, responsável pela Antologia), Rio de Janeiro, F. Briguiet, 1944. Obs.: Tal obra chegou a alcançar a 6. edição (1959).
54. Gramática, em Curso da língua pátria, 3. e 4. séries ginasiais (em colaboração com Rocha Lima, responsável pela Antologia), Rio de Janeiro, F. Briguiet, 1945. Obs.: Tal obra chegou a alcançar a 5. edição (1959).
55. História da lingüística. Petrópolis, Vozes, 1975. Obs.: Escrita em inglês, como fruto de sua experiência docente na Universidade de Washington, em 1962. Tradução de Maria do Amparo Barbosa de Azevedo.
56. História externa da língua portuguesa. In: Revista de Cultura, Rio de Janeiro, 21 (242): 56-61, 1956.
57. Imperfect Rhymes in Brazilian Poetry. In Word (Journal of the Linguistic Circle of New York), New York, 2 (2): 131-5, 1946.
58. Inexeqüível no Brasil (entrevista sobre o Acordo Ortográfico Luso-Brasileiro). In: A noite, 22/11/1948.
59. Introdução às línguas indígenas brasileiras (com um suplemento sobre A técnica de pesquisa por Sarah Gudschinsky). Museu Nacional, Rio de Janeiro, 1965. Obs.: Saiu desta obra, neste mesmo ano de 65, uma 2ª edição revista, Livraria Acadêmica, Rio de Janeiro.
60. Lei constitucional e absurda (carta aberta ao Dr. Barbosa Lima Sobrinho). In: Jornal do Brasil, 30/1/1936.
61. Lições de lingüística geral (I-XII). In: Revista de Cultura, Rio de Janeiro, 13 (146): 99-104, 1939; 13 (147): 138-89, 1939, 13 (148): 216-22, 1939; 13 (149 e 150): 279-84, 1939; 14 (158): 83-8, 1940; 13 (151): 43-7, 1939; 13 (152, 153 e 154): 81-6, 1939; 13 (155 e 156): 177-85, 1939; 14 (157): 21-7, 1940; 14 (159-160): 141-6, 1940; 14 (161-162): 202-8, 1940; 14 (163): 11-7, 1940.
62. Língua brasileira do Distrito Federal. In: Diário de Notícias, 14/7/1935.
63. Língua brasileira. In: Jornal do Brasil, 24, 25, 26, 27, 28 e 31/12/1935.
64. Língua e cultura. In: Letras, Universidade do Paraná, (4): 51-9, 1955. Obs.: Deste artigo, há uma versão inglesa, feita por Paul Garvin, para uso de seus alunos do Institute of Languages and Linguistics da Georgetown University, Washington.
65. Lingüística e etnologia. In: Revista do Museu Nacional, Rio de Janeiro, 1 (2): 27-31, 1944.
66. Machado de Assis e ‘O Corvo’ de Edgard Allan Pöe. In: Revista do Livro, Rio de Janeiro, INL, 3 (11): 101-9, 1958.
67. Machado de Assis e suas referências ao leitor. In: Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, Edições Dois Mundos, 1 (2): 75-86, 1946.
68. Manual de expressão oral e escrita. Ministério da Aeronáutica, Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica, Rio de Janeiro, 1952. Obs.: Trabalho impresso em multilite para uso dos ofícios-alunos da Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica. A partir, contudo, de 1961, é que a obra se torna mais divulgada através da edição de J. Ozon Editor, Rio de janeiro.
69. Manual de transcrição fonética. Universidade do Brasil, Rio de Janeiro, 1957. (Manuais do Museu Nacional, Série A, n° 2).
70. Morfologia e sintaxe. In: Jornal de Filologia, São Paulo, Saraiva, 3 (3-4): 177-82, 1955.
71. Muta cum muta Portuguese? In: Word (Journal of the Linguistic Circle of New York), New York, 24: 49-52, 1968.
72. Nomenclatura gramatical. In: Letras, Universidade do Paraná, (11): 1-16, 1960.
73. Notas gramaticais de sânscrito I-III. In: Revista de Cultura, Rio de Janeiro, 19 (219): 114-8, 1945; 19 (220-221):137-41, 1945; 19 (222): 237-42, 1945.
74. Notícia crítica: Adriano da Gama Kury – Pequena gramática para explicação da nova nomenclatura gramatical. In: A Cigarra (revista da Editora O Cruzeiro), Rio de Janeiro, 1959.
75. Notícia crítica: Antenor Nascentes – Dicionário de sinônimos. In: A Cigarra (revista da Editora O Cruzeiro), Rio de Janeiro, mar. 1959.
76. Notícia crítica: Gladstone Chaves de Melo – Iniciação à filologia portuguesa. In: A Cigarra (revista da Editora O Cruzeiro), Rio de Janeiro, ago./1957.
77. Notícia crítica: Ismael de Lima Coutinho – Pontos de gramática histórica. In: A Cigarra (revista da Editora O Cruzeiro), Rio de Janeiro, 1958.
78. Notícia crítica: M. Said Ali – Dificuldades da língua portuguesa (estudos e observações), edição de Maximiano de Carvalho e Silva. In: A Cigarra (revista da Editora O Cruzeiro), Rio de Janeiro, dez. 1957.
79. Notícia crítica: Teatro de Martins Pena, edição crítica de Darcy Damasceno, com a colaboração de Maria Filgueiras. In: A Cigarra (revista da Editora O Cruzeiro), Rio de Janeiro, jun./1957.
80. Notícia crítica: Th. Henrique Maurer jr. – Gramática do latim vulgar. In: A Cigarra (revista da Editora O Cruzeiro), Rio de Janeiro, out. 1960.
81. Notícia Crítica: Tulo Hostílio Montenegro – A análise matemática do estilo, aplicação do processo de Fucks a obras literárias em português e espanhol. In: A Cigarra (revista da Editora O Cruzeiro), Rio de Janeiro, set./1957.
82. Notícia crítica: Vakomomo Oti, 1, Cartilha Terena, publicação do Conselho Nacional de Proteção aos Índios. In: A Cigarra (revista da Editora O Cruzeiro), Rio de Janeiro, abr. 1960.
83. Notícia: Maurício Swadesh. In: Estudos Lingüísticos (Revista Brasileira de Lingüística Teórica e Aplicada), São Paulo, Centro de Lingüística Aplicada, 2 (1-2): 112-5, jul./dez. 1967.
84. Notícias críticas: M. Cavalcanti Proença – Exercícios de português e Hamilton Elia e Sílvio Elia – 100 textos errados e corrigidos. In: A Cigarra (revista da Editora O Cruzeiro), Rio de Janeiro, ago. 1959.
85. Notícias críticas: Sílvio Elia – O ensino do latim (Doutrinas e métodos) e Leodegário Amarante de Azevedo Filho – Didática especial de português (para o curso secundário). In: A Cigarra (revista da Editora O Cruzeiro), Rio de Janeiro, mar. 1958.
86. O coloquialismo de Machado de Assis. In: Revista Brasileira de Filologia, Rio de Janeiro, Livraria Acadêmica, 6 (1): 33-42, 1961.
87. O ensino de línguas na América do Norte. In: Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, Edições Dois Mundos, 1 (3): 145-8, 1946.
88. O espanhol no Brasil e a conexão entre o português e o espanhol na América no Norte. In: Presente y futuro de la lengua española, Madrid, Ediciones Cultura Hispânica, 1: 337-43, 1964.
89. O estilo indireto livre em Machado de Assis. In: Miscelânea de estudos em honra de Antenor nascentes, Rio de Janeiro, 1941, p. 19-30.
90. O estruturalismo lingüístico. In: Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, (15/16): 5-43, [1967].
91. O verso romântico. In: A literatura no Brasil. Direção de Afrânio Coutinho, Rio de Janeiro, Editorial Sul-América S/A, 1 (2): 602-12, 1955.
92. Os estudos da língua portuguesa em Portugal e no Brasil. In: Actas, Informaciones y Comunicaciones, El Simpósio de Bloomington, Instituto Caro y Cuervo, Bogotá, 1967. p. 154-65.
93. Os Estudos de Português no Brasil. In: Letras, Universidade do Paraná, (17): 23-52, 1969.
94. Os estudos lingüísticos nos Estados Unidos da América do Norte, Rio de Janeiro, Museu Nacional, 1945 (Publicações Avulsas, 1).
95. Os estudos lingüísticos regionais. In: Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, Edições Dois Mundos, 2 (5): 3-17, 1947.
96. Otto Jespersen. In: Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, Edições Dois Mundos, 1 (3): 149-52, 1946.
97. Páginas inglesas. De colaboração com Carlos Ramos. Rio de janeiro, F. Briguiet, 1935.
98. Panorama da evolução da lingüística nos Estados Unidos da América. El Simpósio de Cartagena, Informes y Comunicaciones. Bogotá, Instituto Caro y Cuervo, 1965, p. 199-229. Obs.: Texto reproduzido, com algumas modificações, como apêndice da tradução de A linguagem; introdução ao estudo da fala de Sapir, edição da Perspectiva (1980), com o título “Um século de estudos lingüísticos nos Estados Unidos da América (1860-1960), p. 183-205.
99. Para a análise mórfica do verbo em português. In: Resumos das Comunicações (IV Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros), Salvador, 1959.
100. Para o estudo da fonêmica portuguesa. Fonética e fonêmica. In: Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, Edições Dois Mundos, 3 (10): 71-99, 1949. Obs.: Este trabalho é o primeiro dos três capítulos da já referida tese com que o autor obteve o grau de Doutor em Letras Clássicas. O segundo capítulo versava sobre Os estudos fonéticos em português.
101. Para o estudo da fonêmica portuguesa. Rio de Janeiro, Organização Simões, 1953. (Coleção Rex). Obs.: Trabalho, como já dissemos, com que o autor obteve o grau de Doutor em Letras Clássicas, em 1949. Nesta edição, foi deixado de lado o segundo capítulo da tese (Os estudos fonéticos em português). Em compensação, foi acrescentado, como terceiro capítulo, o estudo sobre A rima na poesia brasileira, que, ligeiramente remodelado, é a tese apresentada por Mattoso Câmara Jr. ao Congresso Brasileiro da Língua Vernácula, em 1949, em homenagem ao centenário de Rui Barbosa.
102. Para o estudo da fonêmica portuguesa: os fonemas em português. In: Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, Edições Dois Mundos, 3 (9): 1-30, 1949. Obs.: Este trabalho é o último dos três capítulos da tese com que o autor obteve o grau de Doutor em Letras Clássicas na Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, em 1949. Na oportunidade, Mattoso Câmara Jr. Apresentou à Faculdade cinco exemplares datilografados.
103. Para o estudo descritivo dos verbos irregulares. In: Estudos Lingüísticos (Revista Brasileira de Lingüística Teórica e Aplicada). São Paulo, Centro de Lingüística Aplicada, 1 (1): 16-27, jul. 1966.
104. Para uma estilística estrutura. In: Lengua-Literatura-Folklore (Estúdios Dedicados a Rodolfo Oroz), Faculdade de Filosofia Y Educación, Universidad de Chile, 1967, p. 291-299.
105. Pequenas lições de português – “A dupla negação”. In: Correio da Manhã, 07/12/1934. Obs.: Todos estes artigos publicados no Correio da Manhã não eram assinados. No final da maioria deles constava apenas um C.
106. Pequenas lições de português – “Água fervendo” ou “fervente”? In: Correio da Manhã, 29/8/1934.
107. Pequenas lições de português – “Progenitora”. In: Correio da Manhã, 1/8/1934.
108. Pequenas lições de português – “Romancismo” e romancista”. In: Correio da Manhã, 15/9/1934.
109. Pequenas lições de português – A etimologia de “escapar”. In: Correio da Manhã, 22/8/1934.
110. Pequenas lições de português – A expressão popular: “menino levado”. In: Correio da Manhã, 9/9/1934.
111. Pequenas lições de português – A propósito de “estadia”. In: Correio da Manhã, 14/3/1934.
112. Pequenas lições de português – A propósito de uma “chapa” literária. In: Correio da Manhã, 22/4/1934.
113. Pequenas lições de português – Alguns enganos expressivos: “Revisar”. In: Correio da Manhã, 25/2/1934.
114. Pequenas lições de português – Alguns exemplos expressivos. In: Correios da Manhã, 25/1/1934.
115. Pequenas lições de português – Alguns exemplos expressivos: “inconteste”. In: Correio da Manhã, 16/02/1934.
116. Pequenas lições de português – Futebol. In: Correio da Manhã, 15/3/1934.
117. Pequenas lições de português – Idólatra e alcoólatra. In: Correio da Manhã, 5/5/1934.
118. Pequenas lições de português – O ensino do tupi. In: Correio da Manhã, 15/7/1934.
119. Pequenas lições de português – Por que “quatriênio”? In: Correio da Manhã, 22/7/1934.
120. Pequenas lições de português – Regime ou regímen? In: Correio da Manhã, 14/4/1934.
121. Pequenas lições de português – Regímen ou regime? (sinopse da questão). In: Correio da Manhã, 17/5/1934.
122. Pequenas lições de português – Um equívoco de três “caturras”. In: Correio da Manhã, 7/3/1934.
123. Pequenas lições de português – Um erro de prosódia: “espírita”. In: Correio da Manhã, 22/3/1934.
124. Pequenas lições de português – Um neologismo abstruso: “brasilidade”. In: Correio da Manhã, 18/8/1934.
125. Pequenas lições de português. In: Correio da Manhã, 28/1/1934, 1/2/1934, 6/2/1934, 9/2/1934, 22/2/1934.
126. Premières leçons de français, méthode directe, 1ére anée. Rio de Janeiro, Livraria Jacinto, 1935.
127. Princípios de lingüística geral (como fundamento para os estudos superiores da língua portuguesa). Rio de Janeiro, F. Briguiet, 1941. Obs.: Este livro reúne, muito “melhoradas e ampliadas”, as Lições de lingüística geral, publicadas pelo Autor na Revista de Cultura nos anos de 1939 e 1940. Com o subtítulo modificado para – Como introdução aos estudos superiores da língua portuguesa, a obra passou, a partir da 2ª edição (1954), a ser editada pela Livraria Acadêmica, na coleção Biblioteca Brasileira de Filologia (Rio de Janeiro), tendo alcançado, sempre revista e aumentada, duas outras edições em vida do autor: a 3ª (1959) e a 4ª edição (1964). As edições publicadas após a sua morte reproduzem o texto da quarta edição.
128. Problemas de lingüística descritiva. Petrópolis, Editora Vozes, 1969. Obs.: Este livro reúne dez artigos que foram publicados na revista vozes, nos anos de 1967 e 1968.
129. Programas (carta aberta ao Dr. Frota Barbosa). In: Jornal do Brasil, 12/6/1940.
130. Quincas Borba e o humanitismo. In: Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, Edições Dois Mundos, 2 (7): 131-8, 1947.
131. Recensão Crítica: Alonso Zamora Vicente – Las sonatas de Valle Inclán. In: Revista Brasileira de Filologia, Rio de Janeiro, Livraria Acadêmica, 2 (1): 102-6, 1956.
132. Recensão Crítica: Diego Catalán Menendes-Pidal – La escuela española y su concepció Del lenguaje. Rio de Janeiro, Livraria Acadêmica, 2 (2): 261-4, 1956.
133. Recensão crítica: Edgard H. Sturtevant – An introduction to linguistics science. In: Revista Brasileira de Filologia, Rio de Janeiro, Livraria Acadêmica, 1 (1): 64-6, 1955.
134. Recensão crítica: Instituto de Filosofia de la Academia de Ciências de la URSS – Pensamento y lenguaje. Dirección de D. P. Gorski. In: Revista Brasileira de Filologia, Rio de Janeiro, Livraria Acadêmica, 5 (1-2): 217-20, 1959-1960.
135. Recensão crítica: José G. Herculano de Carvalho – Fonologia Mirandesa I. In: Letras Universidade do Paraná, (10): 143-5, 1959.
136. Recensão crítica: Joseph Niedermann-Kultur, Werden und Wandlungen des Befgriffs und Seiner Ersatzbengriffe von Cícero bis Herder. In: Revista Brasileira de Filologia, Rio de Janeiro, Livraria Acadêmica, 1 (1): 61-4, 1955.
137. Relatório de antropologia. In: Revista Brasileira de Filologia, Rio de Janeiro, Livraria Acadêmica, 1 (2): 251-60, 1955.
138. Resenha: A. Benvenuto Terracini – Qué es la lingüística? In: Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, Edições Dois Mundos, 2 (8): 249-51, 1948.
139. Resenha: Academie de la Republique Populaire Roumaine. Mélanges linguistiques, publiés à I’occasion du VIIIe Congrès Internacional dês Linguistics à Oslo, du 5 au 9 août 1957. In: Romance Philology, Berkeley, Cal. 17 (2): 449-53, 1963.
140. Resenha: Adam Schaff – Introdução à semântica (trad. Célia Neves). In: Vozes, Petrópolis, 63 (4): 364, 1969.
141. Resenha: Amadeu Amaral – O dialeto caipira. In: Revista de Antropologia, São Paulo, Universidade de São Paulo, 3 (2): 143-145, dez. 1955.
142. Resenha: Driedrich Kainz, Psychologie der Sprache. In: Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, Edições Mundos, 1 (3): 186-9, 1946.
143. Resenha: Edgar H. Sturtevant – The Indo-Hittite laryngeals. In: Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, edição Dois Mundos, 2 (6): 116-7, 1947.
144. Resenha: Eric H. Lenneberg. New directions in the study of language. In: Linguistics, 44: 96-97, 1968.
145. Resenha: Ernesto Faria- O latim e a cultura contemporânea. In: Revista de Filologia Hispánica, Buenos Aires, (3): 395-6, 1941. Houve uma reimpressão em 1942, com capa idêntica.
146. Resenha: Jacques Van Ginneken, Lan reconstruction typologique dês langues archaïques de l’humanité. In: Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, Edições Dois Mundos, 1 (1): 47-51, 1946.
147. Resenha: Language in culture and society. A reader in linguistics and anthopology, ed. By Dell Hymes. In: Linguistics (An International Review), (28): 106-11, 1966.
148. Resenha: Leo Spitzer – Essays in historical semantis. In: Cultura, Rio de Janeiro, Serviço de Documentação do MEc, 1 (3), 1949.
149. Resenha: M. Paiva Boléo – Algumas tendências e perspectivas da lingüística moderna. In: Estudos Lingüísticos (Revista Brasileira de Lingüística Teórica e Aplicada), São Paulo, Centro de Lingüística Aplicada, 1 (1): 41-2, jul. 1966.
150. Resenha: M. Rodrigues Lapa – Estilística da língua portuguesa. In: Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, Edições Dois Mundos, 1 (4): 223-6, 1946.
151. Resenha: Manuel de Paiva Boléo – Introdução ao estudo de filologia portuguesa. In: Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, Edições Dois Mundos, 2 (6): 113-6, 1947.
152. Resenha: Morris Swadesh, La nueva filologia. In: Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, Edições Dois Mundos, 1 (1); 40-7, 1946.
153. Resenha: N. S. Trubetzkoy – Príncipes de phonologie. In: Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, Edições Dois Mundos, 3 (9): 53-4, 1949.
154. Resenha: N. S. Trubetzkoy, Grudzüge der Phonologie. In: Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, Edições Dois Mundos, 1 (2): 97-107, 1946.
155. Resenha: Paul Angiolillo – Armed Forces foreign language teaching. In: Cultura, Rio de Janeiro, Serviço de Documentação do MES, 1 (3), 1949.
156. Resenha: Roman Jakobson-Kindesprache, Aphasie und Allgemeine Lautgesetze. In: Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, Edições Dois Mundos, I (1): 37-40, 1946.
157. Resenha: Roman Jakobson-Selected writtings, I. Phonological studies. In: Word (Journal of the Linguistic Circle of New York), New York, 20 (1): 79-89, 1964. Obs.: Reproduzido em língua portuguesa, como apêndice, no volume Roman Jakobson: Fonema e Fonologia: ensaios. Rio de Janeiro, 1967, com o título Os estudos fonológicos de Roman Jakobson.
158. Resenha: W Humboldt – Schriften zur Sprachphilosophie. In: Linguistics, An International Review, (33), 1967, p. 101-103.
159. Resenha: William A. Read. Louisiana French. In: Archiv für das Studium der neueren Sprachen und Literaturen, 202: 474-475, 1965-66.
160. Resenha; Aurélio Buarque de Hollanda – Edição crítica de Contos gauchescos e lendas do Sul de J. Simões Lopes. In: Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, Edições Dois Mundos, 3 (10): 123-7, 1949.
161. Resenhas: André Martinet – A functional view oflanguage e Bertil Malmberg – Structural linguistics and human communication. In: Iternational Review of Applied Linguistics (IRAL), Heidelberg, 3 (3), 1965.
162. Roman Jakobson e a lingüística. In Roman Jakobson. Lingüística. Poética. Cinema. São Paulo, Editora Perspectiva, 1970. p. 165-74. Obs.: É, com poucas alterações, a crônica lingüística escrita por Mattoso Câmara sobre Roman Jakoson, publicada na Revista Brasileira de Filologia, 2 (1): 55-64, 1956.
163. Roman Jakobson: Fonema e fonologia: ensaios. Seleção, tradução e notas com um estudo sobre o Autor, por..., Rio de janeiro, Livraria Acadêmica, 1967. (Coleção Filologia e Lingüística)
164. Said Ali e a língua portuguesa. In: Vozes, Petrópolis, 55 (6): 415-19, 1961.
165. Sobre a classificação das palavras. In: Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, Edições Dois Mundos, 2 (6): 87-91, 1947.
166. Sobre as consoantes palatalizadas. In: Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, Edições Dois Mundos, 1 (4): 225-9, 1946.
167. Sobre o futuro romance. In: Revista Brasileira de Filologia, Rio de janeiro, Livraria Acadêmica, 3 (2): 221-5, 1957.
168. Sur la neutralization morphogique. In Travaux de l’Institut de Linguistique, Faculte dês Letters de L’Université de Paris, C. Klincksieck, (2): 76-77, 1957.
169. Teoria de análise léxica (para os exames de admissão ao curso ginasial e ao curso normal). Rio de Janeiro, Acquarone-Cuñarro-Salaberry, 1956. (Biblioteca Escolar Brasileira).
170. The Portuguese Language. Translated by Anthony J. Naro. Chicago/Londo, the University of Chicago Press, 1972. Obs.: Com o título História e estrutura da língua portuguesa, esta obra foi editada, em 1975, pela Padrão, Rio de Janeiro.
171. Tradução da obra de Edward Sapir – A linguagem. Introdução ao estudo da fala. MEC, INL, Rio de Janeiro, 1954. (Biblioteca Científica Brasileira). Obs.: A obra conheceu uma 2ª edição (1960) da Acadêmica, Rio de Janeiro. Em 1980, saiu uma outra edição, pela Perspectiva, São Paulo, acrescida de um apêndice de autoria do tradutor: Um século de estudos lingüísticos nos Estados Unidos da América (1860-1960), p. 183-205.
172. Tradução da resenha de Paul L. Garvin: J. Capistrano de Abreu – Rã-txa hu-ni-ku-i. a língua dos Caxinauás do Rio Ibauçu, afluente do Muru. In: Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, Edições Dois Mundos, 1(4): 231-3, 1946. Obs.: O nome do tradutor não ocorre. O próprio Mattoso Câmara foi quem nos comunicou ter sido de sua autoria a citada tradução.
173. Tradução da resenha de Paul L. Garvin: Plínio Ayrosa e “alii” – Etnografia e língua tupi-guarani. In. Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, Edições Dois Mundos, 2 (5): 37-40, 1947. Obs.: o nome do tradutor não ocorre. O próprio Mattoso Câmara foi quem nos comunicou ter sido de sua autoria a citada tradução.
174. Tradução da resenha de William L. Wonderly: Mapas lingüísticos de la Republica Mexicana. In: Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, Edições Dois Mundos, 2 (7): 172-9, 1947. Obs.: O nome do tradutor não ocorre. Foi ainda Mattoso Câmara quem nos comunicou ter sido de sua autoria a citada tradução.
175. Tradução de George Trager e Henry Lee Smith – Uma cronologia do indo-hitia. In: Letras, Universidade do Paraná, (3): 87-96, 1955.
176. Tradução do artigo de Dale Kietzman – Tendências de ordem lexical da aculturação lingüística do Terena. In: Revista de antropologia, Universidade de São Paulo, 6 (1), 1958.
177. Tradução do artigo de Joseph H. Greenberg – Sobre a natureza e o uso das tipologias lingüísticas. In: Revista de Antropologia, Universidade de São Paulo, 6 (1): 1-14, 1958.
178. Tradução do artigo de Morris Swdesh – Notas sociológicas sobre as línguas obsolescentes. In: Boletim de Filologia, Rio de Janeiro, Edições Dois Mundos, 2 (8): 195-211, 1948. Obs.: O nome do tradutor não ocorre. Mas a autoria desta tradução fica esclarecida, pois, em nota de rodapé, há o seguinte comentário do tradutor: “Sobre o autor deste artigo (Morris Swadesh)... consultar a minha resenha neste Boletim (1, 1946), ao seu livro, escrito em espanhol, La nueca filologia”. Ora, foi Mattoso Câmara o autor da resenha aludida.
179. Um caso de colocação. In: Estudos Filológicos (Homenagem a Serafim da Silva Neto), Rio de Janeiro, Edições Tempo Brasileiro, 101-6, 1967.
180. Um caso de regência. In: Miscelânea de estudos em honra de Manuel Said Ali. Rio de Janeiro, 1938. p. 49-59.
181. Um soneto de Machado de Assis. In: Revista do Livro, Rio de Janeiro, INL, 2 (5): 69-73, 1957.
182. Uma alternativa portuguesa: fui-foi. In: Revista de Filologia Hispânica, Buenos Aires, 1 (3): 257-61, 1939. Obs.: Reproduzido, com leves acréscimos, em língua portuguesa. In: Revista de Cultura, Rio de Janeiro, 17 (201): 98-106, 1943.
183. Uma evolução em marcha: a relação entre este esse. In: Sprache und Geschichte festchrift für Harri Meier zum 65 Geburtstag. Wilhelm Fink Verlag, München, 1971.
184. Uma forma verbal portuguesa: estudo estilístico-gramatical. Rio de Janeiro, Livraria Acadêmica, 1956. Obs.: Em 1967, esta obra é reimpressa, com o título a forma verbal portuguesa em –ria, nos Estados Unidos da América, pela Shool of Languages and Linguistics da Georgetown University, Washington.
185. Une catégorie verbale: lê futur du passe. In: Proceedings of the Ninth International Congresso f Linguistics, The Hague, ed. By Horace G. Lunt, 1964.
[1] Uma versão mais ampliada deste trabalho se encontra no livro Dispersos de J. Matoso Câmara Jr. Nova edição revista e ampliada. Organizado por Carlos Eduardo Falcão Uchôa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004, p. 15-50.
[2] Universo da linguagem em Mattoso Câmara. In: 7° Congresso Brasileiro de Língua e Literatura. Rio de Janeiro: Novacultura, 1975, p. 71.
[3] In: Ensaios de filologia. Rio de Janeiro: Livraria Academia, 1963. p. 208.
[4] Apud ELIA, Sílvio. Os ensaios lingüísticos na América Latina, I, Suplemento Literário de O Estado de São Paulo, de 31/11/1970.
[5] In: A linguagem. Introdução ao estudo da fala. Rio de Janeiro: INL, 1954. p. 7. Prefácio do tradutor.
[6] In: Lingüística como ciência. Rio de Janeiro: Acadêmica, 1961. p. 7. Do tradutor ao leitor.
[7] Idem, p. 14.
[8] Revista Vozes, Petrópolis, 55 (11): 823-9, 1961.
[9] In: Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, (15/16): 40, 1967.
[10] Idem., p. 6.
[11] As idéias gramaticais de João Ribeiro. In: Letras, Universidade do Paraná, (12): 22, 1961.
[12] In: Letras, Universidade do Paraná, (17): 23-4, 1969.
[13] El Simpósio de Bloomington. Actas, informaciones y comunicaciones, Instituto Caro y Cuervo, Bogotá, 1967. p. 154-65.
[14] Op. Cit., Museu Nacional do Rio de Janeiro, p. 96.