A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO
DOS PRESSUPOSTOS LINGÜÍSTICOS BÁSICOS
PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM
DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS

Carmem Praxedes (UERJ e UEZO)

 

No decorrer de alguns anos, temos notado que cresce cada vez mais o número de estudantes que chegam às salas de língua estrangeira, em nível superior, sem um efetivo domínio dos conceitos terminológicos básicos da Lingüística Geral. Se nos períodos iniciais os professores podem usar os métodos existentes e muito bem consolidados, a partir do 4º período necessita-se de um estudo mais cuidadoso da Gramática da Língua em questão, não que os métodos não propiciem o seu estudo, mas, certamente, o tratamento, a abordagem, os objetivos e a profundidade são diferenciados.  Muitas vezes os alunos me perguntam qual o porquê de estar ensinando desta ou daquela maneira e quando respondo que busco cruzar as informações dos diversos níveis da descrição lingüística é como se a palavra cão tivesse o poder de morder. A nossa conduta é a mais tranqüila o possível, explicamos quais são os níveis, a partir de um modelo de Lopes (1989, p.55) e relacionamos o nosso trabalho aos pressupostos lingüísticos. Obviamente, ensinar línguas à luz da Lingüística significa, sobretudo, ter uma visão de mundo lingüisticamente construída que nos propicie justificar os fatos da língua cientificamente em qualquer contexto em que eles se insiram. Mas, para que isso ocorra, os nossos alunos precisariam ter os fundamentos básicos da lingüística bem aprofundados. Neste minicurso, procuraremos demonstrar como os pressupostos da Lingüística estão bem aí no nosso cotidiano. Destacaremos as noções de signo, símbolos, sinais, níveis, sistema, norma, falar concreto, articulação, campos, plano e função. As nossas fontes privilegiadas serão Lopes (1989), Eco (1993) Coseriu (1980) e Pais (1993).