A INTERTEXTUALIDADE NA COPA DO MUNDO

Fátima Bispo (UERJ)

 

O autor de um texto está sempre dialogando com vários interlocutores, os quais, por sua vez, estão circunstancialmente envolvidos na sua produção, por isso é fundamental que todo texto seja contextualizado, buscando-se, dessa forma, as suas fontes. Tal condição, naturalmente, aciona uma continuada interdependência e interação texto-situação-enciclopédica ou conhecimento do mundo partilhado pelos falantes, tanto no que se refere à produção como à recepção-interpretação. A construção de um texto é, portanto, uma atividade que o locutor partilha com o receptor, que no texto se inscreve.

A partir de tais pressupostos teóricos, o presente trabalho analisará alguns textos jornalísticos brasileiros, particularmente o seu entorno (títulos, ilustrações), que circularam no período em que ocorreu a Copa do Mundo realizada na Alemanha (2006). Vale destacar que, nessa época, apesar das críticas negativas que acompanharam as atuações da seleção brasileira durante as fases em que jogou, havia no país a expectativa de uma participação mais duradoura; esperava-se que a seleção chegasse, no mínimo, às semifinais.

Sabe-se que o futebol é motivo de orgulho para todo brasileiro; ser campeão significaria muito para esse povo tão carente de alegrias. Entretanto, como se viu, a seleção brasileira não chegou às semifinais, sendo eliminada por aquela que, no passado, já fora seu algoz: a seleção francesa.É nesse contexto, tão expressivamente explorado pela mídia, que se constituiu o corpus  em que se apóia este estudo, que analisará ocorrência de um dos sete princípios da textualidade freqüentemente presente nos textos midiáticos: a intertextualidade.