A tradução brasileira
do romance francófono Texaco
de Patrick Chamoiseau
e o trabalho de heterogeneidade discursiva
na Língua Portuguesa

Débora Maciel Cabral (UERJ)
Geraldo Ramos Pontes Jr. (UERJ)

 

Este trabalho tem como objetivo analisar discursivamente o índice do romance Taxaco do martinicano Patrick Chamoiseau. Com efeito, pretende-se contribuir á construção de conhecimentos, no que tange, os estudos inovadores da tradução e as análises teóricas-comparativas entre a análise do discurso de linha francesa (A.D.) e a literatura. Observamos como é construída a temática da alteridade antilhana através da materialidade discursiva de Texaco, a qual caracterizamos como projeto formal do romance. Como aporte teórico, no que se refere os estudos da linguagem, assume a perspectiva discursiva, com destaque nas noções: de dialogismo e subjetividade (Bakhtin, 1979;1992), enunciado e enunciação (Benveniste,1970), inserção do discurso do outro (Culioli, 1973), heterogeneidade discursiva (Authier-Revuz, 2001), interdiscursividade (Bakhtin,1992, Genette, 1982) e os conceitos críticos e teóricos sobre alteridade antilhana (Glissant,1996, Chamoiseau,1989).Quanto ao instrumento utilizado, consideramos a relação da heterogeneidade discursiva, mais precisamente, o uso dos parênteses como um discurso metatextual e que traz à cena discursiva por meio de um jogo intertextual com o cânone bíblico, a temática da alteridade antilhana, que é explorado no romance através do discurso que retoma a memória  de uma personagem, que ao contar sua história, também conta a história da fundação de uma favela em um bairro denominado Texaco.Desta forma, é essencialmente visível que além do caráter dialógico e de heterogeneidade do romance com o cânone bíblico também se observa que o discurso do romance se posiciona superiormente ao cânone e uma forma subversiva  legitimando a  cultura da antilhanidade, sua história e sua literatura.