Algumas questões pertinentes
acerca da Crítica Textual e da Crítica Genética

Maria Cristina Antonio Jeronimo (UFF)

 

Entendemos aqui a Filologia em sentido mais restrito, como a crítica dos textos – o estudo destes para a sua fixação e devida interpretação –, o que chamamos de Crítica Textual. A partir disso, nos propomos a pensar a importância da Crítica Textual e da Crítica Genética – esta mais relacionada ao processo de criação autoral – para os estudos da Crítica e Teoria Literárias, tal como a sua relevância para a própria Literatura.

Desde a década de 90 do século XX, a Crítica Textual e a Crítica Genética vêm se consolidando e reafirmando a sua relevância para os estudos literários. Acreditamos estar diante de um momento de grande efervescência nas discussões do tema e nas delimitações de ambas as ciências ainda que esse movimento, no Brasil, caminhe a passos bem mais lentos que em outros países.

É preciso nos posicionarmos de maneira mais crítica sobre o que se lê, o que se vem lendo, que edições lemos, quem as fizeram e sob que preceitos.

A proposta é de um estudo sobre as referidas ciências que defendemos serem mais do que meras ferramentas para a análise do processo de criação, produção, divulgação, interpretação e compreensão literárias.  Em nossa época, o que observamos é que  Crítica Textual e Crítica Genética vêm demonstrando um elo indissociável entre autoridade e interpretação – aqui entendida como qualquer parecer que se pretende emitir e defender.