Dialogismo, aspecto constitutivo do discurso:
uma releitura de bakhtin
a partir de autores nacionais

Cleide Emília Faye Pedrosa (UFS e UERJ)
Vera Lúcia de  Albuquerque Sant’Anna (UERJ)

 

Esta palestra tem como objetivo apresentar algumas das releituras que foram feitas por autores nacionais a partir das propostas de Bakhtin sobre dialogismo e polifonia. Ele apresenta a noção de dialogismo como princípio fundador da linguagem: toda linguagem é dialógica, isto é, todo enunciado é sempre um enunciado de um locutor para seu interlocutor, logo toda linguagem é fruto de um acontecimento social. Um outro sentido que se configura para  o dialogismo é que um texto sempre responde a um outro texto, ou que internaliza vozes de um outro discurso (polifonia). Entre os autores nacionais encontramos as releituras: O dialogismo é a condição do sentido do discurso (Barros, 1999); Souza (1999) chama atenção para o fato de que a concepção de relações dialógicas substitui tudo o que era chamado de aspecto extra-verbal, extralingüístico; no conjunto do enunciado, do discurso, a confluência das vozes significa muito mais uma interpretação do discurso alheio (Brait, 1999); Rodrigues (2005) apresenta o dialogismo através de dois movimentos: movimento dialógico de assimilação e movimento dialógico de distanciamento. Como os leitores de Bakhtin têm aumentando em número em nosso meio acadêmico, acompanhar algumas dessas releituras, com certeza, contribuirão para abordar o tema e incluir os iniciantes.