ESTUDO REFLEXIVO DOS NOMES ADJETIVOS

Simone Xavier Pontes (UFF)

 

A fragmentação do Ensino Fundamental é, como nos diz Soares (2002), ainda freqüente nas escolas brasileiras: classe de alfabetização, quatro primeiras séries e quatro últimas séries.

Podemos dizer que essa fragmentação ultrapassa os limites da organização da escola e, por conseguinte, dos Livros Didáticos, ocasionando também a compartimentação do ensino de gramática (Neves:2001), fato que prejudica a prática pedagógica.

Apesar da diversas pesquisas acadêmicas realizadas (principalmente nas últimas décadas) e da valiosa contribuição dada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), na tentativa de uma mudança na metodologia do ensino de língua materna, observa-se que o estudo da gramática, em nosso caso, o das partes do discurso - os nomes substantivo e adjetivo - é desenvolvido, em grande parte dos Livros Didáticos de Língua Portuguesa, não só a partir de frases soltas, desconexas de uma situação real de uso da língua, como também por meio de definições, que se caracterizam, em sua maioria, pela mistura dos critérios mórfológico, sintático e semântico.

Esta comunicação propõe, então, um estudo de caráter mais reflexivo a respeito da classe dos nominais, em especial, os nomes adjetivos, em um corpus de crônicas de Fernando Sabino (2002), articulando os pressupostos lingüístico-gramaticais aos pressupostos teórico-metodológicos da Teoria Semiolingüística de Charaudeau (in Carneiro:1996). Pretendemos analisar, portanto, o comportamento morfológico, sintático e semântico-discursivo dos nomes adjetivos, observando de que forma se constrói o sentido de discurso desse vocábulo, tendo em vista as escolhas lexicais realizadas pelos sujeitos, em dada situação de comunicação.