O comportamento dos verbos modais
no âmbito do irrealis

Leila Maria Tesch (UFRJ)

 

Este trabalho investiga a variação na expressão de informação no âmbito do irrealis, entre as formas do futuro do pretérito e pretérito imperfeito do indicativo, sintéticas (amaria e amava, respectivamente) e perifrásticas (iria amar e ia amar, respectivamente), em verbos modais, na fala capixaba. Com base nos princípios da Sociolingüística Variacionista, são investigados os contextos lingüísticos e sociais correlacionados à variação estudada. O corpus pertence ao banco de dados do projeto “O português falado na cidade de Vitória”. No conjunto, a partir dos resultados, é possível constatar comportamento distinto entre os verbos não-modais e modais. No primeiro grupo, o futuro do pretérito sintético é a forma favorecida, seguido do pretérito imperfeito do indicativo perifrástico. Com os verbos modais, o pretérito imperfeito do indicativo sintético é a forma favorecida e as formas perifrásticas são inibidas. Assim, constata-se que as formas variantes apresentam características peculiares nos verbos modais. O uso desses verbos no futuro do pretérito sintético e ao lado das formas perifrásticas representaria uma redundância, por isso a maior freqüência do pretérito imperfeito do indicativo sintético nos verbos modais.