Tempo e
modalidade de uma
forma versátil
o
futuro do pretérito
José Carlos de Azeredo (UERJ)
Muitas
línguas disponibilizam variações da
forma
verbal
para
representar os
fatos
como
atuais
ou
passados.
Por
sua
vez, a
menção do
que há de
vir
ou está
para
acontecer tende a
ser
expressa
pela
união de
dois
verbos: o
que informa o
fato e o
que traduz o enquadre
subjetivo da
enunciação:
antecipação (vai
voltar), possibilidade (pode
voltar),
compromisso (garante
voltar),
necessidade/obrigação (tem de
cantar) etc. As
línguas românicas empregam os
dois
recursos,
mas é
bem
sabido
que
suas
formas
verbais de
futuro –
como
em
português voltarei e voltaria – foram criadas
com
base
em
perífrases
que combinavam o
verbo
latino habere e
um
infinitivo. As
formas
simples do
latim –
futuro
imperfeito e
futuro
perfeito –
não deixaram
vestígios nas
línguas neolatinas.
Para Mattoso
Câmara Jr., a
categoria de
tempo
futuro
não está,
com
efeito, no
mesmo
plano
significativo e
funcional
que as de
tempo
presente e
passado.
Ela evolui de
propósitos
modais e continua a expressá-los
ora
clara,
ora
discreta,
ora veladamente.