Estudo sociogeolingüístico
do município de Iguape:
primeiros resultados

Roseli da Silveira (USP)
roselisilv@usp.br

 

Esta comunicação apresenta os primeiros resultados de um estudo do léxico, no quadro teórico do estruturalismo, em que se buscou, na variedade interna inerente a toda língua histórica, como diz Coseriu, recolher as variantes dialetais presentes na fala de sujeitos naturais de Iguape. Os objetivos da pesquisa são: (i) descrever o falar de habitantes do município, atendo-se a variantes de sexo/gênero, idade e escolaridade determinados; (ii) oferecer subsídios para um estudo geolingüístico do Estado de São Paulo. Baseia-se este estudo nos princípios gerais da Geolingüística contemporânea e está em consonância com os ideais do Projeto ALiB, o projeto do Atlas Lingüístico do Brasil. Metodologia: para a realização da pesquisa, fizemos coleta de dados in loco, aplicando o questionário semântico-lexical (QSL) do ALiB, elaborado pelo Comitê Nacional do Projeto. As questões, em número de 202, estão divididas em 14 áreas temáticas, e foram elaboradas em sentido onomasiológico, ou seja, partindo do conceito para a denominação, com o propósito de registrar a variação ou as várias formas  de se dizer o mesmo. Iguape, objeto de nosso projeto de pesquisa, tem grande interesse para a pesquisa sociogeolingüística por ser uma cidade que teve muita importância no período colonial brasileiro: ela é, com certeza, depositária de diferenças diatópicas que revelarão aspectos em comum, levando-se em conta uma série de atos lingüísticos.