Meu nome é ninguém:
narrativa de excluídos na literatura brasileira

Martha Sertã Padilha
msertapadilha@uol.com.br

 

Romances como Estação Carandiru, Cidade de Deus, Falcão meninos do tráfico, Meu nome não é Johnny estão ocupando lugar de destaque na literatura brasileira do século XXI. Essas narrativas, além de terem aberto as portas do submundo, desvelando os seus perigosos fascínios e mistérios, revelaram um grande paradoxo: os homens que estão por trás dessas aventuras não são apenas nocivos à sociedade, mas seres humanos, com seus conflitos, tensões, dualidades.

O presente trabalho propõe considerações sobre o romance Meu nome não é Johnny (2004) de Guilherme Fiuza, de forma a demonstrar, com base na sua construção dialética e em seu jogo interno, a suspensão dos sentidos, o irrepresentável, a representação negativa, a situação irreconciliável, que fazem dele uma tragédia sem palco.