Mongólia
de Bernardo Carvalho:
romance de espaço e imagologia
Carlinda Fragale Pate Nuñez
nunez@unisys.com.br
Propomos aqui a leitura das imagens do deserto, do estrangeiro e das representações epistolares e iconográficas, em "Mongólia" de Bernardo Carvalho. A questão da visibilidade exaustiva é um dos quesitos da pós-modernidade que se inscreve no romance e acaba "desertificando" a sua paisagem (ou resultando na plasmação do deserto como espaço ficcional para o tratamento da idéia teórica que fundamenta o enredo). Elementos teóricos colhidos junto a Foucault e à geografia cultural norteiam a discussão da paisagem ficcionalizada por Carvalho e ilustram a possibilidade de considerá-la (à paisagem) a ferramenta fundamental para a interpretação da obra. O trabalho se enquadra no âmbito dos estudos imagológicos.