O comportamento lexical
na língua da comunidade quilombola
de Muquém - AL:
uma perspectiva sociolingüística histórica

Solyany Soares Salgado

solyanys@gmail.com

 

O presente trabalho se propõe a fazer um estudo Sociolingüístico histórico, observando a variação lexical entre variantes oriundas de línguas africanas (como catota, cotó e biboca) e de origem portuguesa (como meleca, mutilado e taverna) na fala atual dos habitantes da comunidade Quilombola de Muquém (União dos Palmares-AL) e em documentos antigos escritos que apresentem o uso de outras línguas em Alagoas. Ao investigar essa variação lexical em momentos históricos distintos, busca-se identificar e resgatar aspectos lingüístico-culturais da comunidade escrava africana, bem como verificar o encaixamento, a difusão e a avaliação social (Weinreich, Labov e Herzog, 2006) das variantes nessa sociedade para mostrar o processo diacrônico ao longo do tempo. Como contribuições, ressalto a importância do estudo referente à presença e à influência das línguas africanas para a configuração do português brasileiro e, especificamente, do português de Alagoas, bem como o fato de contribuir para o acervo histórico e para o registro de possíveis novos itens lexicais que podem ser encontrados nos documentos oriundos dos escravos africanos.