A derivação prefixal intensiva
em um corpus jornalístico
Ieda Maria Alves
iemalves@uol.com.br
Nos trabalhos que temos efetuado sobre a neologia lexical em um corpus jornalístico contemporâneo, constituído pelos jornais Folha de S. Paulo e O Globo e pelas revistas Veja e IstoÉ (Projeto TermNeo - Observatório de Neologismos do Português Brasileiro Contemporâneo), a derivação prefixal revela-se o processo mais produtivo, constituindo 29% das unidades lexicais neológicas. Dentre esses neologismos, os formados por prefixos marcadores de intensidade são os mais numerosos.
Nesta exposição, apresentamos algumas características dos derivados prefixais intensivos, tanto de caráter crescente (giga-, hiper-, macro-, mega-, super-...) como decrescente (micro-, mini-, nano-...). Essas características referem-se às bases a que cada prefixo se associa, ao valor semântico que assumem e às condições pragmáticas em que são empregados. Podemos concluir que o português possui um sistema para marcar a intensidade por meio de prefixos, que se revela na concorrência entre esses morfemas, nas relações antonímicas e reforçativas que eles não raro estabelecem.