Alfabetização:
algumas anotações
sobre os processos de aprender
a ler e escrever na infância

Jacqueline de Fatima dos Santos Morais
Jacquelinemorais@hotmail.com

 

Apesar de inúmeras pesquisas sobre os processos de ensino e aprendizagem da leitura e da escrita produzidas ao longo das últimas décadas, o grau de letramento da população escolar brasileira permanece baixo. Muitas parecem ser as causas deste que pode ser considerado um fracasso institucional. Uma delas se refere ao descompasso entre o que sabem (ou pensam saber) os docentes sobre os processos de aprendizagem da leitura e da escrita e o que efetivamente acontece com o aprendiz. Pesquisas recentes nos mostram que as crianças pequenas se apropriam da leitura e da escrita em movimentos de ação e reflexão intensa, levantando hipóteses, checando-as, modificando-as ou confirmando-as. Diferente dos modelos lineares pressupostos pelas cartilhas, as crianças produzem significados muito próprios sobre como e o que se pode escrever. O trabalho de pesquisa da argentina Emília Ferreiro tem servido de base tanto para as discussões teóricas, quanto para a elaboração de pressupostos metodológicos do que ficou conhecido como alfabetização construtivista. Nossa comunicação, portanto, pretende trazer parte das investigações que temos realizado no campo da alfabetização tendo por base as produções escritas de crianças na fase inicial da escrita. Iremos discutir os limites e possibilidades do trabalho desta investigadora. Em diálogo com autores como Geraldi, Smolka, Garcia e Morin, poderemos ampliar nosso olhar sobre esse processo, redimensionado a complexidade e singularidade de tornar-se leitor e escritor na infância.