Da Arte Beletrística à Literatura Clássica
Maria Suzett Biembengut Santade
(UMinho-Pt/
UERJ/ FIMI e FMPFM-Mogi Guaçu-SP)
suzett.santade@terra.com.br
Lilian Cristina Granziera
liliancg@ig.com.br
(PUC-Campinas/FIMI-Mogi Guaçu-SP)
Utilização da arte beletrística dos jornais, das hagiologias, das narrativas de viagem e de vida, dos cancioneiros e das poesias populares no intuito de tornar a metodologia mais dinâmica ao ensino de linguagem literária na absorção dos conteúdos clássicos pelas atividades práticas. Em caminho inverso chega-se à concepção abstrata da literatura clássica através da literatura beletrística, recreativa e amena de toda espécie. Segundo Ítalo Calvino, chama-se clássico um livro que se configura como equivalente do universo, à semelhança dos antigos talismãs. É clássico aquilo que tende a relegar as atualidades à posição de barulho de fundo, mas ao mesmo tempo não pode prescindir desse barulho de fundo. Assim, encaminha-se este texto: (i) Questão: Por que o estudante do ensino superior apresenta dificuldade na percepção da estrutura da obra literária? (ii) Procedimentos metodológicos: Processo da significação dos aspectos formais da literatura pela arte beletrística na construção do conteúdo literário. O aluno habituado a consumir informações de natureza imediata, chega ao Curso de Letras com a percepção aguçada à literatura de entretenimento suscitada pelo ambiente cultural bastante comercializado. A literatura retalhada pelos manuais didáticos deixa o aluno-leitor com argumentos vazios nas práticas escritas, pois utiliza a linguagem parafrásica na operacionalização da linguagem verbal. (iii) Avaliação: As atividades práticas de natureza beletrística criam oportunidades de instigar o leitor linear a aproximar-se das obras clássicas de forma prazerosa. (iv) Proposta: A arte de beletrear facilita a interação da literatura aprazível aos aspectos mais subjacentes das obras clássicas na compreensão da natureza abstrata da arte das letras.