Especificidades lingüistico-discursivas
no jornalísmo on-line

Michelle Gomes Alonso Dominguez
michelle.alonso@gmail.com

 

Com o advento da Internet e do reconhecimento de seus infinitos recursos e possibilidades, o primeiro impulso geral foi decretar a morte dos impressos. Algumas décadas depois - e contrariando o que inicialmente se configurou como "profecia" inescapável - livros, revistas e jornais permanecem bastante vivos, não só convivendo com os suportes on-line, como também, e principalmente, apropriando-se deles para seu desenvolvimento em novas versões. Do reconhecimento das diferenças entre os referidos suportes e da convivência entre o real e o virtual na imprensa brasileira, surge o interesse do estudo em analisar as possíveis conseqüências lingüísticas daí decorrentes. Nesse sentido,  propõe-se a análise dos jornais O Globo e JB, comparando suas versões impressa e on-line, para verificar se os diferentes suportes implicam em diversidades lingüístico-discursivas. Para tanto, servirá de aporte teórico a Semiolingüística de Patrick Charaudeau, mais especificamente as observações presentes em Discurso das mídias (2006), no qual o referido autor trata dos diferentes meios de comunicação, sem considerar, no entanto, a Internet. Assim, além de propor a reflexão sobre o comportamento lingüístico-discursivo da mídia em suportes distintos, o trabalho pretende ainda recobrir, mesmo que introdutoriamente, um espaço não explorado pela teoria utilizada.