Formação de professores
para o ensino de língua portuguesa
para surdos

Rosana Cipriano Jacinto da Silva (UnB)
rosanacjs@gmail.com
Celeste Azulay Kelman (UnB)
Heloisa Maria Moreira Lima Salles (UnB)

 

A formação de professores para o ensino de língua portuguesa como L2 para surdos, voltada para a educação bilíngüe no âmbito da educação formal apresenta muitas dificuldades referentes às práticas pedagógicas, suas concepções sobre a educação deste aluno e o que pensam sobre os mesmos, considerando sua condição lingüística. No âmbito de programa de capacitação de professores de surdos, realizado pela UnB, em parceria com a APADA/DF, com apoio da SEESP/MEC e de Secretarias Estaduais de Educação, nas diferentes unidades da federação, desenvolveu-se estudo no sentido de elaborar diagnóstico da situação vivenciada por esses profissionais. Foram aplicados questionários aos participantes do programa, a serem examinados por metodologia qualitativa de análise, com vistas a fornecer subsídios à pesquisa na área educacional e de lingüística. O presente estudo aborda um recorte dessa pesquisa maior e envolve a análise das respostas fornecidas por vinte e cinco professores da Rede Pública Estadual de Sergipe, quando solicitados a responder a cinco perguntas abertas voltadas para suas práticas, crenças e concepções, tendo sido enfatizada a questão relativa às maiores dificuldades encontradas em sala de aula em relação aos alunos surdos. Foi utilizado o critério de Análise de Conteúdos (Bardin, 1977), tendo a análise dos dados evidenciado que as dificuldades encontradas em sala de aula estão intimamente relacionadas à falta de interesse e participação dos pais e à falta de domínio da Língua Brasileira de Sinais pelos professores. A ausência ou precariedade de uma língua comum que sirva como mediadora do conhecimento que circula pela sala de aula termina por desencadear outras dificuldades relativas à comunicação entre professor e aluno.