Gêneros textuais e ensino de língua materna:
os impasses na didatização dessa abordagem

Maria do Socorro Paz e Albuquerque
ms_paz@ig.com.br

 

Ensinar a língua numa perspectiva discursiva, como propõem os PCN de Língua Portuguesa, requer do professor a compreensão de saberes não só teóricos como experienciais que propiciem a didatização dessa abordagem (Rojo, 2002; Perrenoud, 2002). E, embora muitos livros didáticos já se insiram nessa perspectiva, o que se observa ainda é a dificuldade do professor em didatizar esses conceitos em sala de aula (Rafael, 2002; Albuquerque, 2006). Este fato tem sido constatado por nós quando atuamos em projeto de ensino cujos objetivos têm sido tanto a preparação pedagógica pré-serviço de aluno-bolsista de Letras, como a formação continuada de professores de língua materna em escola da rede pública. Buscando refletrir sobre questões relativas à didatização de saberes teóricos e experienciais no ensino de gêneros textuais (Marcuschi, 2002; Meurer & Motta-Roth, 2002; Dionísio, Machado & Bezerra, 2002, dentre outros) através de seqüências didáticas (Dolz, Noverraz E  Schneuwly,  1998; Rosenblat, 2002), este trabalho analisa a atuação de três professores de uma Escola Estadual de Ensino Médio de Formação Pedagógica - PB em grupo para estudo, planejamento e vivência de seqüência didática com gêneros textuais e na didatização desses saberes em sala de aula. A análise demonstra que os maiores impasses para a didatização da proposta de ensino/aprendizagem estudada e elaborada pelos professores ainda têm sido a dificuldade de compreensão da abordagem teórico-metodológica dos PCN de Língua Portuguesa.