Lingua(gem), mola
propulsora?
Regina Fernandes Costa
(UFF)
reg@sdc.microlink.com.br
Para
refletir sobre a língua(gem)
e a produção de efeitos
de sentido na/da
atual
sociedade da informação,
enfoca-se o discurso empresarial via discurso pedagógico,
com o objeto
de fazer pensar sobre o mundo
do trabalho e sua
relação com
a sala de aula
de cursos profissionalizantes.
Justifica-se essa inter-relação de discursos, pois “todo
discurso nasce em
outro e reenvia a
outro” (Orlandi, 1999 [1988]: 18).
Por essa razão, o corpus
empírico
busca associar
o distante com
o próximo, as semelhanças
e as diferenças
entre
o já-dito antes e o
dito
agora, em
dois livros
de redação
comercial/empresarial: um
de 1963; outro de 1999.
Para
construir um
sentido para
a questão-título desta apresentação (Língua(gem), mola
propulsora?) os recortes feitos no material selecionado
constituem-se de enunciados que apresentam uma concepção
de língua e de
leitura
como instrumento
de comunicação
transparente,
com ênfase
na função referencial – a relação “natural”
entre palavra
e coisa; e de uma concepção
de sujeito livre
em suas
escolhas,
autônomo,
origem e fonte
do seu dizer,
responsável pelo
que diz e por
seu sucesso
profissional. A essas concepções contrapor-se-ão as da
Análise
do Discurso de Michel Pêcheux. Com essa análise
discursiva, pretende-se: 1. compreender, em alguma medida,
o funcionamento do
discurso
empresarial; 2.
refletir
sobre como
formar um
sujeito-leitor crítico, capaz de compreender o funcionamento da linguagem
em termos
discursivos, isto é, quanto aos dois pólos que
caracterizam os processos de produção de sentidos:
o parafrástico, que
busca
a manutenção dos
sentidos, e o polissêmico, que
ressignifica sentidos cristalizados.