Mudanças na ortografia
do português do Brasil

José Pereira da Silva (UERJ)

 

Infelizmente, para os que não querem acordo, temos a felicidade de viver uma democracia!...

Se tivéssemos a sorte de viver numa ditadura bastante rígida, poderíamos ter sofrido uma reforma como a da ortografia Turquia, em que até alfabeto foi substituído.

O animal político faz acordos e estes nunca satisfazem plenamente a nenhuma das partes, pois todas têm de ceder um pouco.

No Brasil, o acordo atingiu basicamente a acentuação gráfica e o uso do hífen, além de legalizar o uso das letras “k”, “w” e “y”.

Estatisticamente, os outros sete países da lusofonia cederam muito mais, visto utilizarem consoantes mudas que já foram abolidas no Brasil há muito tempo.

Percentualmente, teremos menos de 0,45% de alterações, enquanto eles terão mais de 1,6%. Ou seja: teremos uma palavra alterada graficamente em cada conjunto de 222 e eles terão uma palavra alterada em cada 62, em média, segundo os cálculos mais precisos que têm sido divulgados.

Com isto, em um texto comum, poderemos ler mais de uma página inteira, às vezes, sem encontrar qualquer alteração ortográfica.