O que há de novo no novo Acordo
Ortográfico
da Língua Portuguesa?
José Pereira da Silva (UERJ)
pereira@filologia.org.br
No Brasil menos de 0,5% das palavras sofrerão modificações, que incidirão principalmente na eliminação dos acentos em terminações "-eia" e "-oo" (ex.: “ideia” e “voo”, em vez das atuais “idéia” e “vôo”, seguindo-se o uso de Portugal); e na eliminação do trema (ex.: “frequência”, em vez da atual “freqüência”, tal como em Portugal desde 1945).
Além disso, simplificam-se as regras do hífen, suprimem-se alguns acentos (ex.: “leem”, “para” (do verbo “parar”), “pelo” (pilosidade), “polo” (como em “Polo Norte”) em vez “delêem”, “pára”, “pêlo”, “pólo”) e, para contemplar as diferenças fonéticas existentes, aceitam-se duplas grafias em algumas palavras (ex.: “António/Antônio” e “facto/fato”).
Os acentos agudos em paroxítonas que têm "oi" na sílaba tônica são abolidos, assim, teremos “joia”, “heroico” etc.
Exemplos de eliminação de hífen: “contrarregra”, “extraescolar”, “antissemita” e “antirreligioso”.
Exemplos de introdução de hífen: “micro-ondas” e “arqui-inimigo”
Exemplo de frases segundo a norma proposta pelo Acordo de 1990:
De facto/fato, o português é atualmente a terceira língua europeia mais falada do mundo.
Não é preciso ser génio/gênio para saber que o aspeto/aspecto económico/econômico pesa muito na projeção internacional de qualquer língua.
Não há nada melhor do que sair sem direção, rumando para norte ou para sul, para passar um fim de semana tranquilo em pleno agosto.
Dizem que é uma sensação incrível saltar de paraquedas pela primeira vez em pleno voo.