No túmulo de uma criança

Dorme, repousa criança,
Da lua ao pálido véu;
Se teu corpo aqui descansa,
Tua alma vive no céu.

Deus que deseja o carinho
De todo o ser que criou,
Com certeza, de um anjinho
Sentiu falta e o arrebatou.

E agora que a eterna vista
Gozas das mansões sidéreas,
Roga a Deus que nos assista
Neste vale de misérias.

Do seio de Deus no asilo,
Noutra vida que não mente,
Repousa, dorme tranquilo
O teu sono de inocente.

Dorme, repousa criança,
Da lua ao pálido véu,
Se teu corpo aqui descansa,
Tua alma vive no céu.

Niterói, 07-05-1923

Produção Digital: Silvia Avelar @ 2011