No túmulo de uma criança
Dorme, repousa criança,
Da lua ao pálido véu;
Se teu corpo aqui descansa,
Tua alma vive no céu.
Deus que deseja o carinho
De todo o ser que criou,
Com certeza, de um anjinho
Sentiu falta e o arrebatou.
E agora que a eterna vista
Gozas das mansões sidéreas,
Roga a Deus que nos assista
Neste vale de misérias.
Do seio de Deus no asilo,
Noutra vida que não mente,
Repousa, dorme tranquilo
O teu sono de inocente.
Dorme, repousa criança,
Da lua ao pálido véu,
Se teu corpo aqui descansa,
Tua alma vive no céu.
Niterói, 07-05-1923