Prazer
Fui a um templo referto
De gemas, flores e riso,
Um pequeno paraíso
Aberto.
Assomou á porta de ouro
(à qual eu fora bater)
O dono, um menino louro
– Prazer...
Acolheu-me com alegria
E os portais lhe penetrei,
De tanto gozo, eis que um dia
Cansei.
Como estranho possa a alguém
Parecer quem tal afiança,
Digo que o prazer também
Cansa.
Niterói, 1923