Natal!

Da caminhada imensa desse dia
Os corpos lassos os esposos têm,
Para acolhê-los, em Jerusalém,
Nem uma porta hospitalar se abria.

Vão demandando o rumo de Belém,
Mas desce a noite tenebrosa e fria...
Um antro buscam de animais que havia,
E ali, ao mundo Jesus Cristo vem.

Descem dos montes os zagais, cantando,
Que os despertara um astro rutilando,
Pelas encostas, em caudal de luz...

José se inclina e o Deus Menino adora,
Maria o abraça, embevecida e fora
Cantam os anjos que nasceu Jesus.

Niterói, 30-09-1923


No manuscrito, a data está incompleta, sem a indicação do mês e do ano; mas este soneto foi publicado no jornal Município, de Lavras, no dia 27 de janeiro de 1924, e traz a data completa.
Produção Digital: Silvia Avelar @ 2011