Ave Maria!
Ao Dr. Plácido de Melo
Canta e sorri nas veigas perfumosas
A primavera – a liberal poetisa;
O sol, no ocaso, pálido agoniza,
Num camarim de gazas vaporosas.
A doce voz das aves melodiosas,
Pelas encostas, festival desliza;
E o brando sopro de suave brisa
Oscula os troncos e desfolha as rosas...
Ave, Maria! O velho bronze entoa,
No campanário, e esta sublime loa
É o miserere do final do dia...
O titular no paço se descobre
E Ave, Maria! também diz com o pobre
E o eco além responde – Ave, Maria!
Niterói, 15-08-1924