Caminho da saudade
A longa estrada que subi outrora,
Com passo lesto e com firmeza rara,
É bem a mesma... (mas quem tal cuidara!)
Que vacilante vou descendo agora
Quando subia, uma canção sonora
À flor dos lábios meus desabrochara;
Hoje que o fel das provações me enfara,
Minha alma triste, na descida, chora.
Foi nesta pedra (bem me lembro e quando)
À luz do luar eu me quedei sonhando
As ilusões da minha mocidade...
E é a mesma pedra, na velhice, entanto,
Que me recolhe as pérolas do pranto,
Deste pranto que choro de saudade...
Niterói, 25-08-1924