O sineiro
Ao colega J. Nicodemus
Fechado, no campanário
De igreja soturna e triste,
Como um monge solitário,
Um velho sineiro existe.
À tarde, se me afigura
Que um prazer louco o domina,
Enquanto o sino murmura
No ar, a canção divina.
Nós, também, temos no peito,
Oculto, um sino perfeito,
De singular vibração...
Tange-o sempre, o dia inteiro,
– A saudade – que é o sineiro
Da torre do coração.
05-10-1925