À minha netinha Branca

 

Desce da etérea planura
Sobre um bercinho, de leve,
Um anjinho de candura
Tão branco que imita a neve.

À casa a visita empresta
Amor e alegria franca;
As almas estão em festa
Com a chegada da Branca.

A mamãe sorri ao leito,
– Jesus, que belo presente!
Enquanto o pai, satisfeito,
Não cabe em si de contente.

Às plagas do sul, distante,
A nova chega veloz;
Da alegria contagiante
Vibram também os avós.

Deus, pai de suma ternura,
Que as águas e o vento acalma,
Te conserve sempre pura,
Ó Branca, do corpo e da alma.


No meio de intensa lida,
Mas cheio de amor e fé ,
Quer ver a neta querida,
Em breve, o vovô Baé.

Belo Horizonte, 5 de fevereiro de 1957.

Ismael de Lima Coutinho


Segundo Rosalvo do Valle, este deve ser o último poema por ele produzido.

Este verso Mas cheio de amor e fé, resulta da emenda e rasura de Cheio de amor e de fé.

Produção Digital: Silvia Avelar @ 2011