À minha netinha Branca
Desce da etérea planura
Sobre um bercinho, de leve,
Um anjinho de candura
Tão branco que imita a neve.
À casa a visita empresta
Amor e alegria franca;
As almas estão em festa
Com a chegada da Branca.
A mamãe sorri ao leito,
– Jesus, que belo presente!
Enquanto o pai, satisfeito,
Não cabe em si de contente.
Às plagas do sul, distante,
A nova chega veloz;
Da alegria contagiante
Vibram também os avós.
Deus, pai de suma ternura,
Que as águas e o vento acalma,
Te conserve sempre pura,
Ó Branca, do corpo e da alma.
No meio de intensa lida,
Mas cheio de amor e fé ,
Quer ver a neta querida,
Em breve, o vovô Baé.
Belo Horizonte, 5 de fevereiro de 1957.
Ismael de Lima Coutinho