São João Batista
Em sórdida masmorra, encarcerado,
O filho de Isabel, o precursor
Batista, o intimorato pregador,
Dormita aos duros ferros amarrado.
Sonha que estava entre o rebanho amado,
Pregando a penitência e a lei do amor,
Fulminando a perfídia com ardor
E sorria de gozo ao belo fado.
Range a porta nos gonzos e inclemente
Entra célere da milícia a gente;
O Batista desperta e brada: Oh! sorte!
Oh! sonho que não mente, oh! liberdade.
Um vulto negro fala à claridade
Das tochas: Eis-me aqui, trago-te a morte.
Niterói, 22-11-1919