Perdão, Senhor
Senhor Deus dos pequeninos,
Que falais na voz dos sinos,
Não ouvis o meu lamento
Retumbar na voz do vento?
Se ouvistes, senhor Deus,
Como estes tormentos meus,
Estes tão doridos ais,
Minorar não procurais?
Bem o vejo, meu senhor,
Que vos não mereço amor:
Quem vos tem tanto ofendido,
Não vos pode ser querido.
Eis-me aqui prostrado ao chão,
Suplicando-vos perdão
Pelo mal que efetuei,
Contra vossa santa lei.
Fostes vós, o senhor meu,
Quem, por Cristo, prometeu
Ao contrito salvação,
Do pecado a remissão.
Ó senhor não queirais visto,
Fementido o vosso Cristo,
A mim perdão já depressa,
Cumpri a vossa promessa
Niterói, 1921