Na primavera dos anos,
Quando o mundo nos seduz,
Já farto de desenganos
Procurei-te, meu Jesus!
Visitei pomposas salas,
Onde a riqueza reluz,
Mas entre o esplendor, as galas,
Não te vi, ó meu Jesus!
Às estrelas que aos milhares,
Sobre a terra jorram luz,
Dirigi os meus olhares
Sem te ver, ó meu Jesus!
Perdi meus olhos nas vagas,
Nas vagas meus olhos pus;
Vi surgir remotas plagas
Mas não a ti, meu Jesus.
Percorri longas campinas,
Onde o orvalho cai a flux;
Vi rosas, cravos, boninas,
Sem te ver, ó meu Jesus.
Ascendi altas montanhas,
Ao vento meu peito expus;
Tive sensações estranhas,
Mas não te vi, meu Jesus.
De uma igreja a larga porta
Em certo dia transpus;
A alma em cismas absorta,
Divisei-te, meu Jesus.
Quanta dor! Que dor pungente
Me assaltou quando da cruz
Vi macerado, pendente,
O corpo do meu Jesus!
Niterói