Soneto
recitado pelo autor na sessão magna da Academia em 10 de maio de 1921.
Se penetrar no coração humano
Nos fora dado! O que se não veria?
Brotar aqui de um riso a melodia
Ali fechar-se a flor de um desengano.
Além viver o ódio, cruel, vesano ,
Que teme aparecer à luz do dia,
E mais além a insonte fantasia
De dormir na doçura de um engano.
Se o nosso coração, neste momento,
Mostrar pudesse o ingente sentimento
Que o domina e o invade todo inteiro,
Veríeis nele risos de alegria,
Porque vós, mais um ano, neste dia
Contais no episcopado brasileiro.