Seigneur mon Dieu, disait Augustin tout ce que je vois sur la terre et au-dessus de la terre, tout me parle et m’exhorte à vous aimer, parce que tout me dit que c’est par amour pour moi que vous l’avez créé.
Era uma tarde de primavera...
Busquei o campo pingue de flor,
E ouvi uma planta falar-me álacre:
Eu fui criada por teu amor.
Aos passarinhos que chilreavam,
Como se fosse do dia o albor,
Ouvi em trinos que me diziam:
Fomos criados por teu amor.
A um regato que coleava
Por entre as silvas sem estridor,
Ouvi dizer-me calmo, sereno:
Eu fui criado por teu amor.
Maravilhado fitei o sol,
Que já perdia todo o fulgor;
Ouvi dizer-lhe quase a morrer:
Eu fui criado por teu amor.
Achei-me grande! Eu, pobre verme,
Que se chafurdo no pego imundo,
Ver-me sujeito todo o universo,
O sol e a terra, o mar e o mundo!
Que ser mesquinho o que a Deus olvida!
Meditei nisto com mágoa e dor.
Tudo nos falta de sua bondade:
Fomos criados por teu amor.
Tudo nos fala dos seus favores:
Fomos criados por teu amor;
Ó minha língua, reconhecida,
Um hino entoa ao teu Criador.
Então prostrado, face na terra,
Em sinal, disse, de gratidão:
Que sou ingrato para contigo
Eu reconheço, meu Deus, perdão...
Niterói, 17-07-1921