A D. Sebastião Leme

Na Roma antiga, um pescador, outrora,
Quando do leme a barca dirigia,
A cristandade impávida seguia
Rumos ignotos pelo mar afora...

Ruja a procela em escarcéus embora,
Açoite as ondas forte ventania
E haja Pedro que lhe tome a guia,
Do passageiro a timidez minora...

Turva-se o mar; ondas, em turbilhões,
Contorcem-se na praia, o vento geme,
Reina por toda a parte a confusão.
                
Eis que aparece no momento estreme
E faz voltar a paz ao coração
Um Sebastião a governar o leme...

Niterói, 20-10-1921


Ignotos – desconhecidos.
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